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Tales Torraga

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Troca-troca de técnicos brasileiros assusta nos 7 anos de Gallardo no River

 Marcelo Gallardo comemora conquista do River da Recopa de 2019 contra o Athletico Paranaense - Diego Haliasz/Getty Images
Marcelo Gallardo comemora conquista do River da Recopa de 2019 contra o Athletico Paranaense Imagem: Diego Haliasz/Getty Images

Colunista do UOL

27/07/2021 12h44Atualizada em 27/07/2021 13h21

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Em um 27 de julho como hoje, mas no já distante 2014, Marcelo Gallardo estreava como técnico no River Plate. E lembrar quem era o treinador dos times brasileiros de então é um verdadeiro teste de memória.

Usando como referência os cinco brasileiros que seguem vivos na Libertadores: o São Paulo era comandado por Muricy Ramalho, o Flamengo contava com Vanderlei Luxemburgo, e o Palmeiras tinha o também argentino Ricardo Gareca como técnico. O Fluminense era treinado por Cristóvão Borges, e o Atlético-MG confiava seu elenco a Levir Culpi.

Enquanto o River segue com Gallardo, o maior técnico da sua história (tema do completo especial do UOL Esporte), os brasileiros que cruzam ou podem cruzar o caminho do gigante de Núñez na Libertadores usaram desde então, juntos, nada menos que 66 técnicos diferentes, e ainda excluindo os interinos.

A quantidade surreal escancara duas coisas.

1) O feito de Gallardo é mesmo impressionante, com poucas semelhanças em toda a história. 2) Os clubes brasileiros de fato são incapazes de construir um projeto duradouro que resista às mudanças de comando e de humor (e de multas rescisórias e tantas outras anarquias financeiras que comprometem o desempenho em campo e fora).

Até o Boca Juniors, tão superado por Gallardo nesses sete anos, não entrou em tal troca-troca. Enquanto o São Paulo soma 15 técnicos desde a estreia do "Napoleão" no River, o Boca, por exemplo, contou com "apenas" cinco treinadores deste então. A lista: Carlos Bianchi, Vasco Arruabarrena, Guillermo Barros Schelotto, Gustavo Alfaro e o atual Miguel Ángel Russo.

Contando os brasileiros que continuam na Libertadores, veja quais foram os técnicos que trabalharam nas equipes desde a estreia de Gallardo no River (excluindo os interinos):

São Paulo - 15
Muricy Ramalho, Milton Cruz, Juan Carlos Osorio, Doriva, Patón Bauza, Ricardo Gomes, Pintado, Rogério Ceni, Dorival Júnior, André Jardine, Diego Aguirre, Vagner Mancini, Cuca, Fernando Diniz e Hernán Crespo

Flamengo - 14
Vanderlei Luxemburgo, Cristóvão Borges, Oswaldo de Oliveira, Muricy Ramalho, Zé Ricardo, Reinaldo Rueda, Paulo César Carpegiani, Maurício Barbieri, Dorival Júnior, Abel Braga, Jorge Jesus, Domènec Torrent, Rogério Ceni, Renato Gaúcho

Palmeiras - 13
Ricardo Gareca, Dorival Júnior, Oswaldo de Oliveira, Marcelo Oliveira, Cuca, Eduardo Baptista, Cuca, Alberto Valentim, Roger Machado, Luiz Felipe Scolari, Mano Menezes, Vanderlei Luxemburgo e Abel Ferreira

Atlético-MG - 12
Levir Culpi, Diego Aguirre, Marcelo Oliveira, Roger Machado, Rogério Micale, Oswaldo de Oliveira, Thiago Larghi, Levir Culpi, Vagner Mancini, Rafael Dudamel, Jorge Sampaoli e Cuca

Fluminense - 12
Cristóvão Borges, Ricardo Drubscky, Enderson Moreira, Eduardo Baptista, Levir Culpi, Abel Braga, Marcelo Oliveira, Fernando Diniz, Oswaldo de Oliveira, Odair Hellmann, Marcão e Roger Machado