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Tales Torraga

REPORTAGEM

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20 jogos, 20 gols: quem é o atacante criado por Crespo que brilha no River

Braian Romero comemora gol pelo River Plate na Libertadores - Divulgação CARP
Braian Romero comemora gol pelo River Plate na Libertadores Imagem: Divulgação CARP

Colunista do UOL

22/07/2021 12h00Atualizada em 22/07/2021 13h37

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Alvo do São Paulo no começo da temporada, o atacante Braian Romero, de 30 anos, chegou ao River Plate há duas semanas e já justificou sua contratação. Ex-Defensa y Justicia, ele chegou ao bairro de Núñez para o lugar de Rafa Borré e brilhou ontem ao marcar os dois do 2 a 0 sobre o Argentinos Juniors.

(Com a vitória, o River agora é o único time da Argentina vivo na competição, enfrentando o Atlético-MG nas quartas de final. Boca Juniors, Vélez Sarsfield, Defensa y Justicia e o já citado Argentinos Juniors ficaram pelo caminho.)

Apesar da idade, Romero está jogando como centroavante há apenas um ano. Ele costuma dizer que foi Hernán Crespo, seu técnico no Defensa y Justicia, que o "criou" para esta posição - antes, jogava mais aberto e sem tantas finalizações. E o "intensivão" com o hoje técnico do São Paulo rendeu. A média de gols de Brian em competições internacionais é absurda. Com os dois de ontem, Romero chegou aos 20 gols em 20 jogos (somando Libertadores, Sul-Americana e Recopa, com 18 pelo Defensa e 2 agora com o River).

A maturidade e sensatez (típicas de um jogador comandado por Crespo e Gallardo) não são exclusividade de sua atuação profissional. Braian (ótimo no jogo aéreo apesar de medir só 1,76 metro) é um exemplo de superação. Com uma artrite que o impedia de caminhar, ele buscou o tratamento necessário, ficou um ano sem atuar e hoje brilha pelo único representante de seu país na principal competição do continente.

"Esperávamos que ele tivesse uma rápida adaptação, e ele colabora. É um atleta de experiência, de 30 anos, e vinha com bastante confiança pelo desempenho do último semestre", elogiou Gallardo depois do "doblete" do seu comandado na noite de ontem.

Outras ponderações sobre este River que chega forte para enfrentar o Atlético-MG em igualdade de condições:

1) O meio-campo rendeu bem demais depois de outra invenção de Gallardo. Ele colocou o volante Bruno Zuculini mais fixo para permitir um Enzo Pérez mais solto em campo. Deu certo ante o valente time de Gabriel Milito.

2) A defesa muitas vezes criticada também correspondeu, com o chileno Paulo Díaz e o paraguaio David Martínez atuando bem demais. Jovens, rápidos, saltam bem, são agressivos e experientes (ambos defendem seleções).

3) O ataque reviveu seus bons momentos com outra dupla que promete muito daqui por diante: Braian Romero e Matías Suárez. No jogo de ida contra o Argentinos, a assistência de Romero gerou o gol de Suárez; na volta, duas assistências de Suárez e dois gols de Romero.

4) O River chega forte para enfrentar um dos seus símbolos recentes, Nacho Fernández, aquele que é apontado como o melhor jogador do ciclo Gallardo. Imaginar hostilidades argentinas com o Galo em Buenos Aires não faz muito sentido. Há este elo Nacho-River e há também a óbvia necessidade de gerar bom clima para ser recebido da mesma maneira em Belo Horizonte.

5) Quem é do Paraná talvez lembre que Romero passou pelo Athletico-PR em 2019 (22 jogos e 3 gols). Foi imediatamente antes de trabalhar com Crespo.