O dia em que a 'Máquina' do River jogou com o uniforme do Palmeiras
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Quem visita o museu do River Plate, ao lado do Monumental de Núñez, é recebido até hoje por uma locomotiva e uma pintura gigante de cinco craques: Muñoz, Moreno, Pedernera, Labruna e Lostau, emblemas daquele que é tido pelos mais antigos como o melhor time da história da Argentina, dez vezes campeão na década de 1940 - a "La Máquina", antecessora da "Laranja Mecânica" em seu estilo de futebol total da Copa do Mundo de 1974.
Em 1945, estreou naquele River o atacante que viria a ser um dos maiores de todos os tempos: Alfredo di Stéfano, que antes de ir para o Real Madrid formou uma vistosa dianteira com Moreno, Labruna e Lostau (Pedernera havia sido substituído por Reyes). Em um janeiro como o de agora, mas de 1948, os quatro riverplatenses desembarcaram em São Paulo para uma série de amistosos, e um deles foi em conjunto com o Boca Juniors, que também excursionava pela cidade. No dia 21, River e Boca entraram no gramado do Pacaembu com um combinado para enfrentar a seleção paulista.
Como o amistoso fora improvisado, e o combinado River-Boca não tinha um uniforme próprio, surgiu o impasse: ninguém aceitava vestir a camisa contrária. No relato publicado no site oficial do Palmeiras, a celeuma foi resolvida pelo meia argentino Elmo Bóvio, que defendia o Alviverde e ofereceu o uniforme para os quatro remanescentes da "Máquina" - Moreno, Di Stéfano, Labruna e Lostau - atuarem em conjunto com os integrantes da própria equipe e a do Boca.
Por falar em Boca, o site do Palmeiras registra que o uniforme alviverde foi substituído pela indumentária xeneize no monótono segundo tempo. Os dois gols saíram no final da primeira metade. Pin, do Boca, abriu o placar para os argentinos aos 42, com Servílio, do Corinthians, igualando para os paulistas dois minutos depois.
Na Argentina, a mescla entre River e Boca gera siglas como Bover (Boca-River) e Rica (River-Boca). Mais rica também ficou a história do Palmeiras, que vestiu verdadeiros patrimônios culturais portenhos. Falar da "Máquina" é se lembrar do que o país produziu de melhor nos gramados. Os argentinos mais antigos até hoje lamentam as Copas de 1942 e 1946 terem sido canceladas pela Segunda Guerra Mundial. Garantem que ganhariam ambas - gols de Muñoz, Moreno, Pedernera, Labruna, Lostau e Di Stéfano, claro.
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