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Iga, o maior obstáculo da terra

A final do WTA 1000 de Roma estava equilibrada por cerca de 15 minutos, no começo do segundo set, quando Aryna Sabalenka jogou um tênis de nível espetacular, sacando bem, agredindo com ótimas devoluções e conquistando sete break points. Tivesse convertido um deles, teria, talvez - negrito e itálico em "talvez", por favor - mudado a história da decisão deste sábado.

Não foi o caso. No momento em que sua adversária foi melhor, Iga Swiatek encontrou as respostas que precisava. Break point atrás de break point, salvou seu saque e manteve o placar da parcial igualado até que Sabalenka voltasse a jogar seu nível normal (que, é bom dizer, também é muito alto). Quando isso aconteceu, a número 1 voltou a ser soberana em quadra.

Iga saiu de quadra em 1h29min, com uma vitória implacável por 6/2 e 6/3 e seu terceiro título em Roma - o 21º de sua jovem carreira. A nona final vencida de forma consecutiva. A quarta sobre Sabalenka em cinco jogos.

A número 1 do mundo agora soma 12 vitórias seguidas. Seis em Roma e seis em Madri, onde também foi campeã ao superar Sabalenka na final. Somando os três torneios de saibro que jogou em 2024, são 14 triunfos e uma derrota (para Rybakina, nas semis de Stuttgart). São 27 sets vencidos e quatro perdidos (Sabalenka e Bia Haddad Maia vencerem um cada). Números de respeito.

Evidentemente, Iga não lidera o ranking apenas por causa de seu sucesso no saibro. Nas últimas 52 semanas, a polonesa também venceu Indian Wells, Doha, United Cup, Pequim, Varsóvia e o WTA Finals. Todos em quadra dura. Na terra batida, porém, superar Swiatek é um desafio que está um nível acima dos demais.

O piso mais lento dá a Iga um tempo extra para devolver as pancadas de tenistas mais agressivas (como Sabalenka) e lhe permite construir os pontos com mais calma, sem precisar atacar logo nas primeiras bolas. Os golpes com uma boa quantidade de top spin são outra vantagem da polonesa, que pode sempre tentar empurrar suas oponentes para trás. Mesmo quando não consegue, usa o spin para ter mais margem de segurança nos golpes. E se levarmos em conta que a maioria de suas adversárias mais perigosas não tem tanta familiaridade assim com o saibro e prefere o piso sintético, temos uma cenário amplamente favorável para Iga no pó de tijolo. Não por acaso, vai favoritíssima mais uma vez a Roland Garros.


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Coisas que eu acho que acho:

- Nunca é demais lembrar: desde 2020, Iga só perdeu um jogo em Roland Garros: as quartas de final de 2021 para Maria Sakkari. Foi campeã em 2020, 2022 e 2023. Nesses três títulos, perdeu apenas dois sets. São números comparáveis aos do começo do domínio de Nadal no torneio. Sem exagero.

- No ano passado, Sabalenka derrotou Iga em Madri, onde a quadra mais rápida e a altitude da capital espanhola favorecem o jogo mais agressivo da bielorrussa. Este ano, Aryna teve três match points em Madri e não conseguiu repetir o triunfo sobre Iga. Em Roma, com o jogo mais lento e condições mais parecidas com as de Roland Garros, Iga venceu com folga.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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