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Coluna do PVC

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Barcelona campeão da Champions League feminina e os contrastes da final

Jogadores do Barcelona comemoram título da Champions League Feminina contra o Wolfsburg - Chris Ricco - UEFA/UEFA via Getty Images
Jogadores do Barcelona comemoram título da Champions League Feminina contra o Wolfsburg Imagem: Chris Ricco - UEFA/UEFA via Getty Images

Colunista do UOL

04/06/2023 09h34

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O Barcelona é bicampeão da Champions League feminina, depois de vencer uma das finais mais dramáticas do torneio, virando de 0 x 2 pada 3 x 2 contra o Wolfsburg, da Alemanha.

Alexia Putellas, eleita melhor jogadora do planeta, só entrou em campo no último minuto da vitória por 3 x 2 sobre o Wolfsburg. Passou uma temporada tortuosa, recuperando-se de lesão de ligamentos do joelho esquerdo, sofrida em treinamentos da seleção da Espanha. Sem ela, as estrelas da finalíssima, revanche da derrota para o Lyon em 2022, foram a meia Gujaro, autora de dois gols, e a lateral Rolfo, que marcou o gol da virada aos 26 minutos da segunda etapa.

Dez anos atrás, em Lisboa, tinha acontecido a final mais dramática, com vitória do Wolfsburg contra o Tyreso, da Suécia. As alemãs ganharam naquela decisão, também de virada, por 4 x 3, depois de estarem atrás por 3 x 0. Havia 11 mil pessoas no estádio do Restelo, dois dias antes da decisão masculina, entre Real Madrid e Atlético de Madrid, no estádio da Luz.

Há dez anos, tudo era diferente. A cidade da final era a mesma, mas o estádio era menor e o destaque ainda menor. Enquanto 60 mil foram à Luz para ver o gol de Sergio Ramos, no minuto 94, a virada do Real Madrid, 11 mil no lindo Restelo, para ver o gol de Faist, o título do Wolfsburg.

Agora é diferente. O estádio Phillips, em Eindhoven, teve a maior taxa de ocupação de todas as decisões femininas Havia 33.100 pessoas num estádio cuja capacidade só não alcançou os 35 mil, por segurança. O recorde de público em finais da Champions feminina aconteceu em 2012, no estádio Olímpico de Munique, porque Chelsea x Bayern decidiram no Allianz Arena. Havia 50 mil espectadores para ver o Wolfsburg ganhar do Lyon, em Munique, mas o Olímpico tinha capacidade para 60 mil.

Hoje a decisão feminina é totalmente independente, tem seu próprio público, lota estádio para ver suas estrelas. Basta pensar que, na Eurocopa, diferentemente da Champions, o maior público de todas as finais, dos homens ou das mulheres, aconteceu em Wembley, na finalíssima do ano passado, Inglaterra 2 x 1 Alemanha, diante de 87 mil pessoas.

A premiação ainda tem um problema. O Barcelona embolsou 3,6 milhões de euros pelo seu segundo troféu, toda a campanha. O ganhador de Manchester City x Internazionale, semana que vem, receberá 85 milhões de euros.

O Barcelona é bicampeão mesmo com a melhor jogadora do mundo machucada. O maior campeão ainda é o Lyon, oito troféus.