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Coluna do PVC

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Vinicius Junior foi vítima de racismo em pelo menos seis cidades da Espanha

Colunista do UOL

22/05/2023 08h47

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Os cantos de "Mono" (macaco, em espanhol) desde a chegada do ônibus do Real Madrid ao estádio Mestalla, em Valência, é um pequeno retrato do que já se passou com Vinicius Junior nos últimos dois anos e, especialmente, na atual edição do Campeonato Espanhol. O craque brasileiro, melhor do mundo na opinião do técnico Carlo Ancelotti, recebeu injúrias racistas em pelo menos seis cidades, dos vinte da Liga: Valladolid, Mallorca, Barcelona, Sevilha, Valência e Pamplona.

Foram jogos contra Barcelona, Betis, Valencia, Osasuna, Mallorca e Valladolid.

Além disso, em Cádiz, o zagueiro alemão Rudiger, do Real Madrid, também foi hostilizado com cânticos racistas ao entregar uma camiseta a um torcedor madridista após a partida.

O diário El Pais, de Madri, publica uma relação de dez denúncias feitas contra torcedores, ou pelo Ministério Público, ou pelos próprios clubes. Das dez acusações, houve apenas duas punições brandas. Um torcedor do Valladolid foi excluído do quadro de sócios pelo clube e um torcedor do Mallorca, identificado por gritar "eres um mono" (és um macaco) recebeu 4 mil euros de multa e exclusão do estádio de Palma de Mallorca por doze meses.

O próprio diário madrileno afirma que os promotores se incomodam com a falta de punição, enquanto a Liga faz questão de defender a si mesma. O pronunciamento de Luiz Inácio Lula da Silva, no Japão, pode servir para abrir frente de diálogo entre os dois governos. Virou uma questão diplomática. Ou pelo menos deve virar. Trata-se da repetição de um crime contra um cidadão brasileiro na Espanha.

O repórter e colunista do UOL Bruno Andrade já informou que Vinicius Junior planeja dar entrevista coletiva e ameaça deixar o Real Madrid se a Liga Espanhola não trabalhar ativamente para punir os criminosos.