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Red Bull pode estar perto de perder o maior vencedor da história da F1

Circulam há meses no paddock os boatos de que Adrian Newey, projetista com nada menos de 25 títulos na Fórmula 1, entre conquistas de pilotos e equipes, estaria descontente com a disputa interna por poder na Red Bull. E ouvindo propostas para deixar a equipe que defende desde 2006. Mas nada tão contundente quanto o artigo assinado por Michael Schmidt, um dos jornalistas mais respeitados da categoria, dizendo que o anúncio da saída de Newey pode ser uma questão de dias.

Não se sabe qual seria o paradeiro de Newey, cortejado há anos pela Ferrari. Ele chegou até a cogitar transferir-se para a Itália certa vez, e marcou uma reunião que pensava ser com o então presidente Luca de Montezemolo. Quando chegou e foi recebido pelo "faz tudo" em Maranello, Gino Rosato, desistiu de seguir as conversas.

Mas agora a Ferrari não é a única que pode pagar o salário do engenheiro britânico, que seria atualmente de 10 milhões de libras esterlinas (equivalente a quase 65 milhões de reais). Sabe-se que a Aston Martin fez uma proposta para ter o homem que ganhou o apelido de "mago da aerodinâmica" ao longo da carreira, que inclusive começou na brasileira Fittipaldi-Copersucar.

Rivais querem Newey antes de 2026

Newey conquistou títulos pela Williams e McLaren, e foi fundamental para que a Red Bull passasse de uma empresa que fabrica bebidas energéticas a rival de gigantes do esporte como Ferrari e Mercedes.

Sua trajetória na Red Bull mostra bem o valor de tê-lo a bordo em momentos de grandes mudanças de regulamento. A Red Bull sequer brigava por vitórias antes da mudança de 2009, e terminou aquele ano com o melhor carro, conquistando os quatro títulos seguintes.

Depois, veio uma mudança que privilegiou os motores, e a Mercedes apareceu como grande força. Mas, quando foi adotado um novo regulamento em 2022, novamente foi Newey e sua equipe que entenderam melhor como tornar o carro veloz, e a Red Bull voltou a dominar.

Em 2026, a F1 passará por outra mudança. Os carros continuarão tendo efeito-solo, embora com mudanças (que ainda não foram totalmente definidas), e o motor volta a ser um diferencial, com a adoção de uma unidade de potência com metade da potência vinda da parte elétrica e metade de um motor a combustão com biocombustível.

O texto do Auto Motor und Sport aponta que Newey quer sair da Red Bull já no final deste ano. Como é normal que alguém que trabalhe com informações sensíveis cumpra um período em que não pode trabalhar para nenhum outro time, ele chegaria na sua nova casa provavelmente no final de 2025. Mas seu contrato atual iria até o final de 2025, então esse seria um impasse.

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Ferrari e Aston Martin aparecem como os destinos mais prováveis de Newey, por já terem confirmado o interesse em tê-lo. Algo importante para atrair o engenheiro seria dar a ele a chance de desenhar carros de rua e de outras competições.

Se Newey sair, Verstappen também sai da Red Bull?

Outra grande questão é o futuro de Max Verstappen. Sabe-se que seu contrato, que inicialmente vai até 2027, lhe dá a possibilidade de sair caso haja mudanças importantes na equipe. O entourage do piloto já demonstrou preocupação em relação ao projeto do motor de 2026, que a Red Bull está desenvolvendo em parceria com a Ford, que não tem participação na F1 há anos.

O holandês tem repetido que tem a intenção de ficar na Red Bull, mas sempre coloca como condicionais "que haja estabilidade" e que "haja paz para trabalhar". Desde que o co-fundador da Red Bull, Dietrich Mateschitz, faleceu em outubro de 2022, o chefe Christian Horner vem tentando ampliar sua esfera de influência, gerando um conflito com o consultor Helmut Marko, que é apoiado por Verstappen.

Seria essa disputa por poder que teria deixado Newey descontente e procurando um novo endereço na F1.

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Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

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