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Alonso não viu tantas portas abertas quanto queria e fica na Aston Martin

Fernando Alonso deu uma olhada no mercado de pilotos, tentou se colocar como opção para a Mercedes, para a Red Bull, olhou para dentro para entender se ainda queria fazer 24 corridas na F1, e acabou ficando onde está. O espanhol, que faz 43 anos em julho, assinou um acordo para pilotar por mais duas temporadas no time e manter uma posição também no futuro.

O que exatamente ele vai fazer, Alonso ainda não revela. "É um projeto para toda a vida, de certa forma, para mim", disse Alonso. "Isso é algo que me dará uma conexão com a Aston por muitos e muitos anos. Vamos ver qual papel, vamos ver quantos anos mais vou pilotar."

De qualquer maneira, após entender que não fazia parte dos planos da Mercedes e não querer apostar na saída de Max Verstappen da Red Bull (ir para lá dividir a equipe com o holandês não era uma opção do lado de Alonso), a renovação com a Aston Martin tinha que ser resolvida rapidamente. Até para não deixar crescer internamente a candidatura de Carlos Sainz para sua vaga.

"Na minha cabeça a Aston era a coisa lógica a fazer. Todas as outras conversas foram leves e nunca chegaram a qualquer conclusão, talvez fosse necessário mais tempo, todo esse tipo de coisa, enquanto na Aston havia um desejo claro de trabalharmos juntos. É por isso que foi muito fácil."

É um cenário bastante diferente do que ele mesmo apresentou antes do início da temporada, quando disse que estava muito bem posicionado porque, com a movimentação de Hamilton, ele era o único campeão do mundo livre no mercado. As portas não se abriram da maneira como ele esperava.

Viagens da F1 preocupavam Alonso

Alonso tinha dito antes do início da temporada que queria esperar até o GP da China para entender se as mudanças que fez em sua preparação para esta temporada o ajudariam a aguentar a rotina de viagens e fusos horários. Com o mercado andando mais rápido do que se esperava, após o anúncio da ida de Lewis Hamilton para a Ferrari em fevereiro, ele teve de rever suas metas.

"Não era pelo fator de corrida, foi mais das viagens. Quando vi o calendário, fiquei com um pouco de medo de que isso fosse pesado para mim", disse o bicampeão.

Alonso, então, decidiu ir mesmo para as corridas em fusos horários muito diferentes da Europa o mais tarde possível, fez mudanças na alimentação, no treinamento. E gostou dos resultados neste início de ano, que teve corridas no Bahrein, Arábia Saudita, Austrália e Japão. A próxima etapa é a da China.

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"Nunca terei 100% de certeza", respondeu quando perguntado se tem certeza de que vai se sentir da mesma forma em 2026. "Mas senti que amo demais pilotar. Não posso parar neste momento. E acho que os sacrifícios que você tem que fazer são menores do que a alegria de pilotar e a paixão que tenho. Eu respiro Fórmula 1. Vivo Fórmula 1. Treino para estar apto para dirigir carros de Fórmula 1. Eu como para estar em forma para pilotar carros de Fórmula 1."

Assinando por mais dois anos, isso quer dizer que Alonso voltará a trabalhar com a Honda, com quem teve um período turbulento na McLaren quase 10 anos atrás. Mas também é verdade que ele voltou à própria McLaren após ter deixado o time antes do final de seu contrato em 2007.

"Não funcionou para nós na McLaren, mas logo depois eles resolveram todos os problemas e atualmente estão dominando e foram campeões mundiais nos últimos anos. Eles terão uma base para 2026 que já é muito forte", disse Alonso, lembrando que a F1 vai estrear um novo motor com metade da potência vindo das baterias elétricas e metade de combustível sustentável.

Alonso não está errado em apostar nessa parceria da Honda com a Aston Martin. A partir de 2025, eles já vão estar usando o novo túnel de vento e poderão tirar proveito total da nova fábrica, que foi construída de um jeito interessante, com os departamentos frente a frente para trocar ideias e buscar respostas diferentes.

E, de fato, espera-se que a Honda faça um motor bastante forte, até porque a parte de energia elétrica da unidade de potência atual, que é usada pela Red Bull e pela RB como Red Bull Powertrains-Honda atualmente, é mais forte do que a dos rivais.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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