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Estratégias diferentes e briga pelo pódio: o que esperar do GP do Japão

A classificação para o GP do Japão foi mais apertada do que se esperava, mesmo com a dobradinha da Red Bull. Mas ninguém acredita poder ameaçá-los na corrida que tem largada às 2h da madrugada, pelo horário de Brasília. Suzuka mostra o quão eficiente o carro do pole Max Verstappen e do segundo colocado Sergio Perez é. Eles conseguem, ao mesmo tempo, serem os mais rápidos nas retas e nas curvas de baixa velocidade, o que em teoria pediria do carro características opostas.

Na corrida, essa eficiência é ainda mais sentida porque os ajuda a proteger os pneus. Em Suzuka, a limitação dos pneus voltou a ser o controle da temperatura, diferentemente do que aconteceu na última corrida na Austrália, em que a Ferrari estava muito forte. Quando o superaquecimento é o principal tema, a vantagem da Red Bull é maior.

Mesmo assim, há vários pontos em aberto para a corrida. O grid acabou ficando misturado, com grandes diferenças entre companheiros de equipe. Uns, como Charles Leclerc, sofreram para colocar temperatura no pneu, indicando que têm um acerto mais focado em proteger a borracha. Outros, como Fernando Alonso, quinto no grid, sabem que o ritmo de corrida será pior que o de classificação.

Disputa Norris x Sainz promete

Uma boa briga para ficar de olho é entre Lando Norris, terceiro colocado, e Carlos Sainz, quarto. A McLaren teve um ritmo melhor que a Ferrari neste GP devido a sua performance nas curvas de alta velocidade e já tinha sido a segunda força em Suzuka na corrida do ano passado. Mas, de lá para cá, a Ferrari melhorou muito no gerenciamento de pneus e Sainz vai brigar pelo pódio.

"Está claro que neste tipo de pista é onde a Red Bull e a McLaren estão um passo na nossa frente, mas tomara que possamos lutar pelo pódio. A vitória está fora de alcance, mas com a McLaren dá para brigar", disse o vencedor do último GP.

Alguém vai ousar largar com o pneu macio?

Outro ponto em aberto é a estratégia na corrida. Sainz acha que alguns pilotos podem tentar fazer uma parada, mas a maioria fará duas. A questão é quais os compostos que serão usados.

"Acho que alguns podem usar os macios, o que era impossível em outubro (quando o último GP do Japão foi disputado), mas parece que, se você quiser ter uma vantagem na largada, pode usar os macios para uma tática agressiva de duas paradas. É uma possibilidade. Ao mesmo tempo, é arriscado porque você não sabe o que vai acontecer com os pneus depois", explicou o espanhol ao UOL Esporte.

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Alonso é um piloto que guardou um jogo novo de pneus macios para a corrida, e disse estar aberto à possibilidade de usá-lo. "Não vemos uma grande diferença entre os compostos. Não acho que será um fator. O que vai ser decisivo é o ritmo real dos carros."

George Russell, nono no grid, tem outra visão. "Nós certamente não vamos usar o pneu macio. Ele começa a se degradar na segunda curva da primeira volta. Não parece ser um pneu bom para a corrida." De fato, Hamilton testou o pneu macio para a Mercedes no terceiro treino livre e teve um aumento brusco nos tempos de volta, diferentemente do que aconteceu na McLaren de Oscar Piastri, que também fez a simulação de corrida com este composto. A maioria dos pilotos, no entanto, escolheu o pneu médio para as simulações.

A Mercedes de Russell está muito mais animada para o GP do que nas etapas anteriores, mesmo com o nono e sétimo lugares no grid. "Foi muito encorajador, eu estive confortável no carro desde o começo e não fiz vários testes como nas outras corridas. Essa é a pista perfeita para testar o carro, consigo sentir exatamente o que está faltando", disse Hamilton, que espera ter um ritmo melhor na corrida do que na classificação.

Um fator que interfere muito no rendimento dos pneus é a temperatura da pista, que deve estar mais alta no domingo do que em qualquer ponto do final de semana. Isso porque é esperado sol e temperaturas passando dos 20ºC pela primeira vez.

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Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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