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Aos 42, Alonso crê que não é o físico que vai definir quando deixará a F1

Fernando Alonso é o primeiro a admitir que ele mesmo pensava que os 42 anos que tem agora seriam o limite para pilotar em alto nível na Fórmula 1. Não é coincidência que seu contrato com a Aston Martin vá até o final desta temporada. Mas o resultado de mudanças que ele fez nos últimos meses, incluindo uma dieta mais vegetariana, estão abrindo a possibilidade de o bicampeão vislumbrar um novo contrato. Seja com a Aston, seja com outras equipes.

Alonso revelou que há anos faz uma bateria de testes antes de cada temporada. Corre 1km, 5km, 10km, testa a força máxima na academia, o reflexo, a relação entre o percentual de gordura e massa muscular. E, com as mudanças que fez, conseguiu reverter a leve piora que estava observando nestes dados nos últimos anos.

"Eu me sinto bem, me sinto mais em forma do que nunca. Os números que atingimos nos testes físicos que sempre fazemos antes de todas as temporadas foram os melhores que eu já consegui. Treinei de um jeito um pouco diferente e adicionei um nutricionista a minha equipe, que mudou um pouco nossa maneira de ver as coisas e preparar o corpo", explicou o espanhol, que vinha perdendo especialmente massa magra nos testes dos últimos anos, mas agora reverteu o quadro.

"Tudo o que eu fiz nos últimos meses foi para estar mais bem preparado do que nunca para uma temporada muito longa. E também para me preparar caso eu queira continuar pilotando. Se eu me comprometer com um projeto no futuro, preciso estar pronto. Não vou pilotar mais alguns anos na F1 por diversão. Não sou esse tipo de pessoa."

Alonso dá duas versões sobre contato com a Mercedes

Está claro que tudo o que Alonso fez não foi apenas para estar o mais bem preparado possível para esta temporada. Ele está pensando também em sua longevidade no esporte. "Estou me preparando para a eventualidade de eu querer continuar pilotando. Se eu quiser continuar, minha prioridade seria sentar e discutir com a Aston."

Mas é claro que Alonso também seria uma boa opção para a Mercedes para substituir Lewis Hamilton, até porque o time vive a expectativa de contar com o jovem talentoso Kimi Antonelli em um futuro próximo.

O espanhol disse na entrevista que deu em inglês a um grupo selecionado de jornalistas, incluindo o UOL Esporte, que não houve contato nenhum. Depois, na entrevista em espanhol, disse que não houve contato com ele pessoalmente, "mas com certeza vários times querem saber da minha situação."

E ele se vê em uma situação privilegiada. "São três campeões do mundo no grid e eu sou o único que estarei livre no final do ano", explicou. Os outros dois campeões são Lewis Hamilton e Max Verstappen.

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Mas Alonso, que completa 43 anos em julho, frisou que a parte física não é o que mais lhe preocupa. Em menos de três semanas, a F1 inicia a temporada mais longa da história, com 24 etapas, e o espanhol se questiona se vale a pena deixar o resto de sua vida de lado para competir.

"Tenho 50% de chance de parar, 50% de continuar. Cada ano que inicio nesta segunda etapa da carreira, encaro como se pudesse ser a última. Ao mesmo tempo, todo o meu trabalho com minha equipe é para buscar a maior eficiência na hora de viajar para ter mais tempo de estar em casa, para que minha família e amigos possam estar em mais corridas. Assim, as renúncias que você faz por sua carreira não são tão grandes."

Sabendo que a temporada da F1 começa com uma sequência de viagens - são três semanas seguidas no Oriente Médio, com testes e as duas primeiras corridas, e depois viagens para Austrália, Japão e China - Alonso quer esperar para entender se vê sentido em continuar.

"Estou bem agora. Mas depois das primeiras cinco corridas (e essas viagens do início que são bem matadoras), vou sentar comigo mesmo e dizer se vale ou não a pena ficar mais uns anos ou mais um ano, seja o que for."

A temporada da F1 começa em um sábado, dia 2 de março, no Bahrein.

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