Brasileiros são vitoriosos no Woodstock do skate

Brasileiros são vitoriosos no "Woodstock do skate"

A excelente fase do street skate brasileiro foi confirmada novamente neste sábado, dessa vez na Dinamarca onde se coroou o talento de Lucas Rabelo e Marina Gabriela que venceram o disputado CPH Open, em Copenhague.

Mas esse não foi um campeonato comum. Imagine uma cidade invadida por milhares de skatistas do mundo inteiro, quem vem para celebrar sua cultura com muito skate e festa. Não necessariamente nessa ordem.

A capital da Dinamarca, terra natal do skatista profissional Rune Glifberg, que sedia esse grande festival independente de skate há mais de uma década, sempre foi um imenso burburinho e só parou no ano passado por causa da pandemia.

Em um dos momentos mais emocionantes de toda a competição desse ano, a prova de rail mais longo, o americano Jamie Foy, conseguiu realizar um incrível front side crooked grind em um corrimão de mais de 20 metros de comprimento, em vídeo que viralizou nas redes sociais, para delírio total do galera presente.

"Aqui é o Woodstock do skate, muita diversão e eventos em todos os lados da cidade", revela animado Neverton Casella, skatista de Cascavel, no Paraná, dono da Impar Skateshop, que é assíduo frequentador desse festival, ao explicar o formato exclusivo desse acontecimento.

Neverton já foi campeão de best trick em 2012, na frente de nomes como Rodrigo Leal e Cris Cole, e até do americano Ishod Wair, que conquistou o primeiro lugar na etapa de 2019, e faz parte de um amplo grupo de skatistas brasileiros que estão presentes nessa meca do skate europeu, como Vinicius Costa, Yuri Facchini e até Tiago Lemos, entre muitos outros.

Para entender o formato exclusivo desse festival, o CPH Open é um verdadeiro paraíso para os skatistas de todas as modalidades, já que durante vários dias - e noites, (o evento começou na quarta-feira, teve finais no sábado) a cidade oferece espaço para andar de skate em pistas indoor, outdoor, mini ramps, bowls, parks, calçadas e ladeiras lotadas de gente para ver de perto grandes vôos e quedas espetaculares nos "hill bombs" ou em jam sessions de melhor manobra pelas ruas. Tudo embalado por muita música, churrasco e cerveja de graça.

E também muito dinheiro. Desde o primeiro dia de evento, melhores manobras valem dinheiro em espécie no bolso, com as várias provas de "Tricks For Cash", "manobra mais rápida" e muitas outras. O skatista brasileiro Marcelo Batista, o "Marcelinsta", foi um dos que ostentou um maço de dólares em sua conta no Instagram, com a frase: "obrigado skateboard".

Neste clima completamente descontraído, a competição dá lugar a diversão, e abre espaço para provas inusitadas como uma corrida de skate com obstáculos homem x homem, dentro de uma pista indoor com calombos, escadarias e corrimãos, que para muitos poderia se tornar até modalidade olímpica.

Os brasileiros conhecem muito bem esse clima, tanto que o pódio dinamarquês costuma ser frequentado por nossos skatistas desde sempre. Em 2015, Carlos Ribeiro que também faz parte da seleção brasileira de skate foi campeão nesse mesmo local. Assim como o gaúcho Luan de Oliveira, que foi para o pódio em 2013, e sempre é muito aplaudido por onde anda como ídolo que é.

Dessa vez a festa ficou ainda mais completa com a entrada do skatista Gabriel Fortunato para a categoria profissional pela equipe Element, sonho antigo desse conhecido competidor, que foi celebrada com grande festa e que resultou em lágrimas e muito alegria, comemorada por todos que acompanham a carreira vencedora de Gabriel.

AGLOMERAÇÕES E JUSTIFICATIVA

A alegria contagiante de milhares de pessoas ao redor das provas de skate realizadas em Copenhage nesse festival, levantaram a questão óbvia sobre o uso de máscaras e perigo de contágio da Covid.

Os organizadores do Copenhagen Open, entretanto, informaram a todos os participantes que a Dinamarca tem menos de 900 casos por dia, o que equivalem a 0,0002 % da população total, e que todas as pessoas podem ser testadas gratuitamente 24 horas por dia, e qualquer caso detectado pode ser facilmente isolado.

Afirmaram também que 8 a cada 10 pessoas foram totalmente vacinadas, e cerca de 100% da população dinamarquesa deve estar imunizada até essa semana.