Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.
Robinho, condenado por estupro, se sente perseguido
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O ex jogador Robinho, condenado por envolvimento no estupro de uma mulher na Itália e flagrado em áudios debochando de suas chances de ser preso porque, segundo ele, teria apenas esporrado (palavras dele) no rosto de uma mulher desmaiada, agora abriu a torneia da hipocrisia para reclamar ao STJ de perseguição e de constrangimento.
Seria razoável que alguém dissesse a ele que perseguidas são as mulheres que ousam apontar o dedo para quem as estuprou.
Perseguidas são as mulheres nos transportes públicos, as que saem com roupas apertadas ou decotadas, as que falam alto, as que falam muito, as que sentam de pernas abertas, as muito magras, as muito gordas, as muito ousadas.
Constrangidas são as mulheres que nas delegacias precisam recontar a denúncia do estupro dezenas de vezes, para o gozo delirante de policiais.
O que acontece com aqueles que estupram e precisam ir em cana não chama exatamente perseguição ou constrangimento, mas justiça.
É muita cara de pau, muita petulância, dizer que se sente perseguido e constrangido depois de condenado por estupro.
O grande constrangimento é o de uma sociedade que não coloca atrás das grades o estuprador.
Quem se sente constrangidas somos nós, Robinho. Todas as vezes que você, mesmo condenado na Itália nas três instâncias, aparece jogando uma peladinha com amigos ou desfrutando de um futvolei com seus parças nas praias de Santos nos sentimos muito constrangidas.
Um constrangimento que só vai passar quando finalmente a justiça brasileira sacramentar sua detenção e o início do cumprimento da pena.
Seguimos aguardando.
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