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Marília Ruiz

REPORTAGEM

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Marília Ruiz: Cuca fala com exclusividade do ano excepcional e do futuro

27/12/2021 12h50

O técnico do time que jogou o melhor futebol de 2021 ainda não fechou seus planos para 2022. Segue agradecendo pelos feitos à frente do Atlético da tríplice coroa.

Em entrevista exclusiva a essa colunista e companheiros do "G4 Bandsports", Cuca falou de tática (com brilho nos olhos), do desempenho dos seus jogadores, da surpresa com Hulk, de Seleção, do "passaporte" dos técnicos e do seu futuro...

Seguem alguns trechos dessa conversa deliciosa que você ver na íntegra no "Bandpsorts" às 13h ou às 19h. Trechos em vídeo vão pipocar também na sua timeline - afinal respondeu tudo que eu, Arnaldo Ribeiro, Eduardo Tironi e Fábio Piperno perguntamos.

Em ON foi gentil e aceitou estender a conversa. Em off foi mais gentil ainda comigo. Aproveito para deixar clara a minha admiração pelo técnico que tirou o Atlético de uma fila de 50 anos no Campeonato Brasileiro e acumulou memórias de goleadas, vitórias e viradas que valem ser saboreadas muitas vezes pela torcida. Imparcialidade é tratar dos assuntos sem distorcê-los (gostar mais desses ou daqueles fatos é democrático) .

Leiam sem moderação:

G4: Como explicar esse Galo avassalador de 2021? Quantos jogadores de outros times você conseguiu colocar na sua seleção do campeonato?

Cuca: "Foi um trabalho realmente muito bom de construção e de entrega. De todos. Do Rodrigo Caetano na formação do elenco, que não foi toda nesse ano, da direção, da entrega dos jogadores que toparam meus planos... Foi tudo aos poucos. Fomos melhorando. Nosso último jogo tem coisas ovas e evolução. Isso me deixa muito orgulhoso de todos. Na minha Seleção do campeonato tem poucos jogadores que não são do Galo. Tivemos um ano muito, muito bom."

G4: O Atlético chegou até fase aguda de todas as competições que disputou. Havia prioridade clara e declarada em tirar o time da fila no Brasileiro? Ganhar o Brasileiro é mais difícil que a Libertadores?

Cuca: "O ano foi bom desde o Estadual. Uma pena termos saído invictos da Libertadores, mas faz parte. Foram bons jogos táticos e aprendemos muito ali. Tivemos que nos recompor rápido e nos apoiando uns aos outros. Mas, sim, o título do Brasileiro-21 era prioridade. Isso foi definido em reunião na casa do Renato Salvador (homem forte do futebol). Ficou determinado que a prioridade era o Campeonato Brasileiro e, se eu precisasse fazer concessões aqui e ali, seriam feitas. Ganhar o Brasileiro é muito mais difícil e desgastante. Muito desgastante."

G4: E qual a prioridade de 2022?

Cuca: "Não defini nada ainda. Estou com a família descansando... Minha mulher, minhas filhas, minha neta: estou aqui com elas. Essa profissão (de técnico) é complicada porque estamos sempre deixando o que é mais importante em casa e nos sentimos em dívida. Sou um cara muito caseiro e isso é complicado para mim: ficar sempre longe e fora. Mesmo dando para elas, sinto que não vivi pela minha família. Chega uma hora da vida que a gente pensa bastante. Dá uma pensada e repensada. Tenho refletido e falado com elas sobre os planos pessoais. Sobre 2022, ainda não decidimos nada. Preciso primeiro descansar para depois encaminhar as coisas do ano que vem."

G4: Você acredita que Hulk pode repetir a temporada espetacular no ano que vem? Você esperava tanto? Cabe pensar em Seleção?

Cuca: "Pelo começo (no Mineiro), realmente não esperava tudo isso, não. (risos) Foi aos poucos. Ele disse que gostava de jogar pela direita. Deixei uns jogos, e ele não foi bem aqui e ali. Aí conversamos e expliquei que queria testá-lo de 9. Mas não de costas para o gol... Ele topou. E depois não preciso falar mais nada. Hulk é um baita profissional. Chega antes, treina em casa com estrutura própria. Quem diria que faria isso com 35 anos? Mas Seleção é coisa do Tite."

G4: Como você recebe os comentários de jornalistas e torcedores que enxergam você como sucessor dele na Seleção?

Cuca: "Fico feliz em orgulhoso quando falam do meu nome na Seleção. Mas hoje não tem ninguém melhor do que o Tite para estar lá. O trabalho dele é excepcional. Já tem experiência de Copa do Mundo, aprendeu muito, não repetirá erros. Não tem ninguém melhor para estar lá."

G4: Fala-se também muito sobre a qualidade dos técnicos estrangeiros. Como você enxerga essa "invasão"?

Cuca: "Técnicos estrangeiros trouxeram coisas boas, claro. Muitas! O trabalho do Jorge Jesus, do Vojvoda, do Abel (Ferreira), do Sampaoli... Mas não são todos que vão conseguir chegar aqui e deixar legado. Não basta ser estrangeiro. Eu queria muito ver um técnico brasileiro no futebol português. Queria um nosso no Boca ou no River. Sabemos que aqui muitos precisam manter o emprego. Não é defeito ou falta de qualidade."

Mais? No Bandsports... (e aqui em edição extraordinária)