Inter: autoridades médicas devem determinar retorno

Retorno em maio dos Estaduais. Retorno em Junho. Brasileiro estendido até 2021 para cumprir as 38 rodadas. São muitos os cenários com os quais trabalha o Internacional, que liderava seu grupo na Libertadores antes da parada da bola causada pela pandemia do novo coronavírus.

"Temos um plano para voltar em maio, um para voltar em 60 dias, outro para voltar em 90 dias. Não podemos lamentar que a parada prejudicou o Inter, porque se trata de um problema global. Quero acreditar que a sementinha plantada pelo Coudet seguirá germinando", disse Marcelo Medeiros, presidente do Inter, em entrevista a essa blogueira e companheiros do canal Bandsports.

Recuperado do coronavírus, o dirigente testou positivo para a doença logo depois do Grenal da Libertadores, Marcelo Medeiros já acompanha de perto as determinações que deu antes mesmo de se recolher na sua quarentena: cortar 30% de cada centro de custo do clube. Sem responder com precisão quanto da folha de pagamento será cortada (nem como), o presidente do Inter elogiou a capacidade de compreensão dos seus atletas. "Nosso elenco está consciente do que está acontecendo com o clube, com o país e com o mundo."

Sobre a retomada breve dos jogos, Medeiros não se mostrou cético nem otimista. Mas repetiu o discurso de boa parte dos dirigentes da Série A. Mesmo com a quase certeza de que campeonatos voltarão sem público, assim diminuindo radicalmente a importância do "mando de jogo", o dirigente acredita que o Brasileiro deveria manter a sua fórmula.

"É importante para os clubes a manutenção das 38 rodadas. Quanto mais jogo, mais valor tem nosso campeonato. Mas você tem razão numa coisa: os jogos de turno e returno fazem sentido para manutenção do equilíbrio técnico. Mas, sem torcida.... Realmente", respondeu Marcelo Medeiros, que acredita que terá de estender por mais 10 dias as férias (a princípio válidas até o próximo dia 20). O presidente do Inter não acredita nas especulações de que os torneios (Estaduais e Brasileiro) serão levados para sedes à la Copa do Mundo.

"Sou advogado, não sou autoridade em saúde pública, mas não parece razoável que ao mesmo tempo que se pede para ficarmos em casa, que se indica o isolamento social, as federações autorizem a movimentações de times inteiros para outras cidades, para cidades com menos incidência do novo coronavírus", afirmou o presidente do Internacional. "Politizamos tudo aqui no Brasil, até a doença. Acho que temos que ser mais responsáveis de decidir qualquer volta de acordo com as indicações dos médicos e das autoridades de saúde", finalizou.