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Apex Legends quebra tabus e desafia lógicas a longo prazo

Apex Legends - Divulgação/Apex Legends
Apex Legends Imagem: Divulgação/Apex Legends

Colunista do UOL

22/06/2022 04h00

Durante um bom período dos últimos anos, o gênero Battle Royale foi uma verdadeira febre na indústria de games. Títulos surgiram aos montes, com diferentes particularidades, e rapidamente partiram para o campo profissional, enquanto modalidades de esporte eletrônico. Um caso curioso é o do Apex Legends, protagonista de um "boom" em seus primeiros meses, de certa forma sumido posteriormente e agora... de volta? Há diversos fatores a serem analisados no jogo da Electronic Arts.

O primeiro fato a ser considerado é: à parte do FIFA, no último ano, o Apex Legends representou um verdadeiro sucesso de faturamento para a empresa. Os 50 milhões de jogadores ativos logo no primeiro mês não podem ser considerados mera "sorte" da EA. A campanha, à época, foi massiva. Hoje, de acordo com o Dexerto, são 130 milhões de jogadores ativos, com direito a crossplay que vai da Steam ao Nintendo Switch.

Assim como já falamos sobre o Overwatch aqui no GGWP, o Apex Legends é o tipo de jogo divertido e convidativo que tem como tendência fidelizar o público com certa facilidade. É o que se observa atualmente: mesmo na ausência de um cenário competitivo forte a nível nacional, em se tratando de Brasil, os fãs seguem tratando o game como uma boa opção de entretenimento - um patamar a longo prazo que talvez o Battlefield 2042, por exemplo, não atinja.

Continuar atraindo jogadores novos dois anos após o lançamento, alavancando-se especialmente nos lançamentos de novas seasons, é uma missão árdua para qualquer jogo. A chance do gráfico de players ser uma eterna montanha-russa é enorme. Nesse sentido, há que se reconhecer que o Apex Legends, chamado pela própria EA de "a próxima evolução do shooter de heróis", tem seus méritos.

Eventos, novos modos de jogo, renovações em personagens, testes de uma versão mobile... O título grátis desenvolvido pela Respawn Entertainment cresce em modo diferente do VALORANT, por exemplo, que também com um curto tempo de vida se espalhou a nível global, mas apostando no esporte eletrônico como um carro chefe de sua campanha. Que o digam os grandes investimentos nos Masters, no Champions, no Game Changers...

Qualquer Esport tem a capacidade de ser forte em uma ou poucas regiões e se sustentar de forma concentrada em alguns pontos do globo. O Free Fire, por exemplo, é fortíssimo no Brasil e no Sudeste Asiático, mas não se sustenta da mesma forma na Europa e nos Estados Unidos. O mesmo vale para o recém-lançado Wild Rift. No caso do Apex, a América do Norte é uma região estratégica - tendo em vista o recorde de audiência local batido no início de maio.

Assim como qualquer modalidade tradicional, os diversos tipos de Esports (bem como suas respectivas experiências casuais) variam de local para local. Ser um sucesso global é e continuará sendo o maior desafio de qualquer game, tendo em vista as diferentes culturas, contextos e experiências nas mais variadas faixas.