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Fábio Seixas

REPORTAGEM

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Mazepin ataca Haas e anuncia fundo para apoiar atletas afetados pela guerra

Nikita Mazepin durante sessão de fotos com a Haas na pré-temporada em Barcelona - Haas
Nikita Mazepin durante sessão de fotos com a Haas na pré-temporada em Barcelona Imagem: Haas

Colunista do UOL

09/03/2022 07h58

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Fora da F1, Nikita Mazepin disse nesta quarta-feira que esperava mais apoio da Haas e anunciou a criação de um fundo para ajudar atletas que perderam a oportunidade de competir por causa da guerra entre Rússia e Ucrânia.

Os recursos, segundo ele, virão da equipe americana, que terá de reembolsar a verba de patrocínio que já havia sido depositada pela Uralkali para a disputa do próximo Mundial.

"Eu esperava mais apoio da equipe. Não há justificativa legal para o término do contrato. Eu fiquei aliviado quando a FIA nos liberou para correr sob cores neutras. Estava esperançoso de correr", disse o russo, sua primeira declaração pública desde que foi sacado pela equipe, na semana passada. "Mas tudo mudou de repente e meu sonho de 18 anos se foi. Ninguém da Haas falou comigo. Fiquei sabendo pela imprensa, como todo mundo. Não merecia isso. Fiquei muito desapontado."

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O russo Nikita Mazepin durante os testes pré-temporada em Barcelona
Imagem: Haas

Logo depois, a Uralkali soltou um comunicado duro. A empresa é uma gigante russa do ramo de fertilizantes. E é de propriedade de Dmitry Mazepin, pai do piloto e muito próximo do presidente russo, Vladimir Putin.

Na nota, a Uralkali classifica a posição da equipe de "sem razão". Diz o texto: "Acreditamos que o esporte deve estar sempre à margem da política e da pressão de fatores externos".

A empresa informou que a maior parte da verba de patrocínio para o Mundial de 2022 já havia sido transferida para a Haas e cobra o reembolso.

No sábado, a Haas anunciou o término unilateral do contrato com a Uralkali e, por tabela, com Mazepin. Foi uma consequência das sanções econômicas do Ocidente a empresas russas, represália pelos ataques contra a Ucrânia.

A equipe americana ainda não se pronunciou sobre o pedido de reembolso. No momento, tem outra preocupação mais urgente: colocar o carro para testar amanhã, no primeiro dia de testes coletivos no Bahrein.

O avião que levou seus equipamentos para o Oriente Médio teve problemas técnicos e só chegou na noite de terça-feira ao Bahrein. O time vai perder a sessão da manhã de quinta, mas já confirmou Pietro Fittipaldi à tarde.

A Haas também corre para confirmar o piloto titular que ocupará a vaga de Mazepin. Kevin Magnussen, que correu pela equipe entre 2017 e 2020, ganhou força nos últimos dias.