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Fábio Seixas

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Estreante na F-1, Jeddah tem elementos para um GP dramático

Trecho da reta principal do circuito de Jedá, que recebe a F-1 pela primeira vez neste fim de semana  - Divulgação
Trecho da reta principal do circuito de Jedá, que recebe a F-1 pela primeira vez neste fim de semana Imagem: Divulgação

Colunista do UOL

01/12/2021 13h33

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São 27 curvas, 6.174 m de extensão, é um circuito de rua, previsões de altas velocidades, tem muro pra todo lado, vai ser de noite, nunca ninguém pilotou por lá, é a penúltima corrida de um Mundial acirrado e há chances matemáticas de a decisão acontecer no domingo.

Jeddah é um mergulho no desconhecido. Que arrancou de Verstappen, talvez o piloto mais ansioso para a chegada do fim de semana, uma definição precisa: "Não há espaço para erros".

"Pilotei no simulador e parece mesmo ser uma pista muito veloz, então não há espaço para erros. Teremos que tentar adivinhar algumas coisas no começo do trabalho, claro, mas vai ser interessante. Está sendo divertido conhecer algumas pistas novas neste ano. Vai ser um fim de campeonato animado", disse o holandês, líder do Mundial com 8 pontos de vantagem para Hamilton.

A última etapa foi no Qatar, onde a F-1 nunca havia estado, mas era um circuito já bem conhecido por outras categorias. A pista de Jeddah é inédita, nova em folha, a ponto de ainda estar recebendo os últimos retoques e acabamentos.

O diagnóstico do holandês tem razão de ser. Apesar de ser um traçado de rua, Jedá deve registrar velocidades de até 322 km/h. À exceção das curvas 1, 2, 4, 13 e 27, todas serão contornadas a mais de 200 km/h. Não é preciso ser um gênio para imaginar escapadas, enroscos, batidas, rodadas, abandonos, intervenções do safety car.

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Lando Norris, da McLaren, pilota simulador em evento pré-corrida em Jeddah
Imagem: McLaren

E aí é que mora o busílis. É aí que pode estar a definição do Mundial mais disputado dos últimos anos. O pesadelo do momento, tanto para Verstappen como para Hamilton, é a possibilidade de terminar um GP sem pontuar.

Para o inglês, pode ser o fim da linha. Se ele não pontuar em Jedá, a segunda posição no GP bastará para Verstappen comemorar o título. Mas o holandês também não pode bobear: um abandono provavelmente resultará em Hamilton virando o campeonato faltando apenas uma etapa para o fim da temporada.

Resumindo: todo cuidado será pouco.

"Acho que nunca pilotei num circuito tão rápido com tantas curvas de alta velocidade. Vai ser desafiador", disse Pérez, que chegou na terça-feira à Arábia Saudita. "As velocidades são altas, e isso está combinado com os muros de um circuito de rua... Tenho certeza de que será um espetáculo para quem está dentro e para quem está fora do carro", afirmou Russell.

As dúvidas não são privilégio de pilotos e equipes. A Pirelli também precisou lançar mão de um pouco de adivinhação para definir os compostos à disposição no fim de semana.

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Trecho da pista de rua de Jeddah, que passa a ser o mais longo circuito de rua da F-1
Imagem: Divulgação

"Provavelmente será a situação mais desafiadora do ano, ainda mais com a pista sendo finalizada tão perto da data da corrida", disse Mario Isola, o chefe da fornecedora de pneus.

"Assim, nossas únicas referências são os simuladores. Parece ser um circuito diferente de todos em que já corremos, é a pista com mais curvas no calendário e uma delas, a curva 13, tem uma inclinação de 12°.

Ah, sim. Faltou incluir isso lá na lista de atrações do primeiro parágrafo: uma curva inclinada.

Por tudo isso, os primeiros treinos livres serão essenciais. Serão as únicas chances de tentar entender a pista a encontrar os acertos para os carros.

Verstappen e Hamilton que aproveitem os próximos dias para descansar e relaxar a cabeça.

A partir de sexta-feira, o drama está garantido.