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Fábio Seixas

REPORTAGEM

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Red Bull vive quebra-cabeça para driblar punição

O carro de Verstappen após a batida com Hamilton no GP da Inglaterra - Twitter/Fórmula 1
O carro de Verstappen após a batida com Hamilton no GP da Inglaterra Imagem: Twitter/Fórmula 1

Colunista do UOL

13/08/2021 14h09

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Mais do que qualquer outra equipe do grid, a Red Bull acompanha com atenção as notícias sobre a segunda metade do calendário da F-1.

O motivo: em algum momento, terá de lançar mão de um quarto motor para Verstappen e Pérez. E isso acarretará punição de dez posições na largada, conforme previsto no artigo 5.7.3 do Regulamento Esportivo da categoria.

A questão é justamente definir onde fazer a troca.

Dependendo do circuito, a punição pode ser mais ou menos brutal. Uma coisa é largar no meio do pelotão numa pista veloz como Monza, outra é sair lá detrás nas ruas de Sochi, por exemplo.

Já seria uma escolha difícil, mas a pandemia tornou tudo ainda mais complicado. Ninguém garante que a parte final do calendário será preservada. Há inclusive um buraco na programação, em novembro, deixado pelo cancelamento do GP da Austrália.

Nos últimos meses, outros quatro GPs deixaram o calendário por problemas relacionados à pandemia: China, Canadá, Singapura e Turquia _que voltou, remarcado para 3 de outubro. Hoje, três etapas correm mais risco de ir pelo mesmo caminho: Japão, Brasil e México.

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Verstappen com Marko, consultor da Red Bull
Imagem: Mark Thompson/Getty Images

Segundo Helmut Marko, consultor da Red Bull, por ora a equipe só tem uma certeza: Verstappen não trocará de motor nas duas primeiras etapas após as férias, Bélgica e Holanda.

"Os motores terão que ser trocados, isso é certo", disse o ex-piloto. "Mas Spa não é uma opção. Antes de tudo, precisamos entender se há alguma outra possibilidade. Sabemos que a Ferrari enfrenta um problema similar e que está conversando com a FIA."

Marko se refere a Leclerc. O motor do monegasco sofreu prejuízos irreparáveis ao ser acertado por Stroll na largada do GP da Hungria. A escuderia italiana tenta uma manobra nos bastidores para livrá-lo da punição, já que a troca não seria por desgaste dos componentes.

Se a FIA aliviar a punição para Leclerc, a Red Bull pedirá tratamento igual a seus pilotos.

Verstappen foi alvo de acidentes em dois GPs seguidos: bateu com Hamilton em Silverstone e foi uma das vítimas do strike provocado por Bottas em Hungaroring, confusão que também envolveu Pérez.

Depois de Spa vem Zandvoort. Mas aí a Red Bull não trocará o motor do holandês por razão puramente emotiva. É a prova da casa de Verstappen, o retorno da F-1 à Holanda após 36 anos. Seria uma enorme ducha d'água fria jogar a estrela local para o meio do grid.

Na sequência vêm Monza, Sochi e Istambul. "Temos que olhar para os circuitos e entender em qual deles a punição nos prejudicaria menos. Mas antes disso ainda haverá algumas definições sobre o calendário. Espero que aconteçam logo", completou o consultor da equipe austríaca.

Fica aqui meu pitaco: Verstappen cumprirá a punição em Monza. Porque é um circuito que permite ultrapassagens e porque correr lá com motor baleado seria um tiro no pé.

A ver...