Diego Garcia

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Oposição vai seguir pressão sobre Ednaldo e vê presidente sem força na CBF

Reconduzido ao cargo de presidente da CBF após quase 1 mês afastado pela Justiça, Ednaldo passou as noites seguidas no telefone em busca de apoio. Foi assim que marcou e convenceu presidentes de federações estaduais a comparecerem em encontro nesta segunda.

Membros da oposição acreditam que Ednaldo perdeu governabilidade após a saída pela Justiça. E veem o dirigente tomando medidas repentinas para mostrar poder, como, por exemplo, a demissão de Diniz horas depois da liminar que Gilmar Mendes acatou.

O anúncio da saída do então técnico interino também foi feito no mesmo dia que vazou um processo de assédio contra diretores em sua gestão, movido por uma ex-diretora demitida em junho do ano passado - ela cobra R$ 1,8 milhão na Justiça do Rio.

Ao mesmo tempo, o rápido acerto com Dorival ajudou a ofuscar a volta de Ednaldo vinda de um ministro que é sócio e fundador do IDP (Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa), que em agosto assinou parceria com a CBF, de Ednaldo, para ampliar o alcance da CBF Academy.

A decisão é liminar e ainda será julgada pelo plenário do STF, sem data definida - o órgão retoma os julgamentos em fevereiro.

A divisão de federações também é um problema que o presidente vai enfrentar, já que parte delas se declarou publicamente favorável à chapa de oposição. Durante a reunião, Ednaldo ouviu críticas e foi pressionado por alguns dos cartolas, que compareceram em bom número. Prometeu diálogo, união e satisfazer as federações.

Além do encontro com os presidentes, o dirigente também recebeu membros da Fifa e da cúpula do futebol mundial, que veem com preocupação o momento atual da CBF.

Mesmo a volta de Ednaldo ao poder pode ter incomodado a federação internacional. O estatuto da Fifa proíbe interferência política, e a volta do cartola à presidência veio depois de uma ação movida pelo PCdoB (Partido Comunista do Brasil).

A decisão que afastou Ednaldo foi dada pela 21ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ). O PSD (Partido Social Democrático) tentou reverter a decisão no STF (Supremo Tribunal Federal), mas não conseguiu.

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Foi apenas após a ação do PCdoB que o ministro Gilmar Mendes, do STF, acatou a volta de Ednaldo, sob a alegação de que o Brasil poderia ficar de fora do Pré-Olímpico, já que a Fifa ameaçava punir a seleção brasileira pela interferência externa do TJ-RJ.

No último fim de semana, Ednaldo ficou à frente da organização do velório de Mario Jorge Lobo Zagallo, que foi realizado na sede da CBF.

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