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Diego Garcia

OPINIÃO

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VP traiu Corinthians para protagonizar maior vexame da história do Flamengo

Vítor Pereira durante duelo entre Flamengo e Al Hilal - Fadel SENNA / AFP
Vítor Pereira durante duelo entre Flamengo e Al Hilal Imagem: Fadel SENNA / AFP

Colunista do UOL

07/02/2023 18h07

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Exatos 53 dias depois de deixar o Corinthians alegando "motivo familiar", o técnico Vitor Pereira foi protagonista do maior vexame da história do Flamengo: ser eliminado na semifinal de clubes por um time da Arábia Saudita, país de tradição inexpressiva no futebol. O time rubro-negro conseguiu perder por 3 a 2 para o Al Hilal.

Mais do que derrotado, o time de VP foi completamente inofensivo ao longo do jogo. Sofreu dois gols de pênalti, um deles ainda aos 2 minutos de jogo, e foi incapaz de esboçar algum tipo de reação que indicasse uma virada. Pedro até empatou, mas foi só. Não tomou uma goleada por sorte.

O Al Hilal fez o segundo de pênalti no fim da etapa inicial e, aproveitando-se da vantagem numérica causada pela expulsão de Gerson, segurou o jogo no segundo tempo de maneira até tranquila. O Flamengo não teve volume de jogo nem criatividade para buscar. Levou o terceiro no segundo tempo e quase perdeu de mais.

Gerson, antes da expulsão, aliás, era um dos únicos que oferecia certa criatividade ao meio de campo rubro-negro. Arrascaeta e Everton Ribeiro não foram bem - mas em hipótese nenhuma deveriam ter sido substituídos. Gabriel também foi mal. Assim como Thiago Maia e Ayrton Lucas, aparentemente nervosos com a importância da partida. Só Pedro fez sua parte, marcando dois gols.

As "estrelas" do Flamengo não foram nem sombra do que se esperava, ainda mais diante de um time do nanico futebol saudita. Se o time viajou aos cantos de "Real Madrid, pode esperar, a sua hora vai chegar", só esqueceram de combinar com os árabes. Que devem ser massacrados pelo time espanhol na decisão.

Vitor Pereira saiu supervalorizado de um Corinthians que não venceu nada no ano passado muito pelas decisões equivocadas do treinador. Escalou e mexeu mal nas quatro partidas decisivas contra o mesmo Flamengo, nos jogos mais importantes do ano, pelas quartas da Libertadores e final da Copa do Brasil.

Quem não se lembra pela opção de Piton no jogo decisivo no Maracanã? E a demora para mexer novamente quando o time tomou um gol logo cedo? E a implicância com Roger Guedes, o melhor do time depois de Renato Augusto, e com Giuliano, eterno reserva? Poupou jogadores o ano inteiro. Entre várias outras situações.

Em clássicos, venceu só 2 de 11. Qualquer outro treinador teria caído bem antes. Mesmo assim, apesar de apenas 26 vitórias em 64 jogos, com aproveitamento de 51,6%, por algum motivo inexplicável, era muito querido pela torcida corintiana. E também pelos dirigentes - o presidente Duilio o considerava "um irmão". E saiu pela porta da frente, no dia 15 de novembro, dizendo que só estava indo embora "unicamente por motivo familiar que não foi possível solucionar".

Nem duas semanas depois, fechou com o Flamengo, grande carrasco do Corinthians nos últimos anos. E justamente o clube que o eliminou das duas competições mais importantes da temporada. Uma das maiores traições do futebol brasileiro neste século. Ao ponto de vários torcedores corintianos terem torcido para o arquirrival Palmeiras na última Supercopa - outra grande derrota de VP em seu início de trabalho no time rubro-negro.

Existe um ditado que diz que o que começa errado, termina errado. Azar não só do Flamengo, mas do futebol brasileiro, que passa mais um ano sem conquistar o Mundial. O último foi o Corinthians, em 2012.