Danilo Lavieri

Danilo Lavieri

Siga nas redes
Só para assinantesAssine UOL
OpiniãoEsporte

Afastamento de John Kennedy é uma das maiores derrotas da carreira de Diniz

O novo afastamento de John Kennedy será considerado uma das derrotas mais duras de sua carreira por Fernando Diniz. O técnico vê futebol de uma forma diferente. Ele sabe que o resultado é o que mais importa para o torcedor, mas é totalmente contra o que considera máquina de moer pessoas e jovens que o esporte proporciona não só no Brasil, mas no mundo. Até por isso, ele sempre comprou brigas em nomes desses jovens.

Basta lembrar de uma frase do técnico após ser campeão da Libertadores, o título mais importante da história do Tricolor das Laranjeiras e também da sua carreira.

"Em relação ao que chamam de Dinizismo, não sei se veio para ficar. Enquanto eu tiver que trabalhar, vou seguir minhas convicções. E minha maior convicção é ajudar os jogadores. O que fica é o que acredito. Não acho que pessoa campeã só porque ganhou o título. Os campeonatos acabam e a vida continua. O conceito que eu falo (de campeão) é de quem não desiste, continua sempre a melhorar. E consegue suplantar as críticas fáceis".

A história de John Kennedy é uma delas. É por isso que é fácil falar que Diniz está mais chateado com esse episódio do que com uma derrota dentro de campo. Agora, resta saber se ele dará uma nova chance ou se desistirá de vez dessa recuperação.

O técnico resgatou o atacante da Ferroviária e passou a colocá-lo cada vez com mais frequência no Fluminense. O gol que garantiu o título da Libertadores parecia ser a cereja no bolo de toda essa história. Mas, de lá para cá, a relação começou a estremecer.

Durante essa trajetória, Fernando Diniz "segurou a bronca" de Kennedy e de outros jovens várias vezes. Ele se recusa a desistir dos atletas que saem da linha. Na sua visão, se o futebol largar, essas pessoas ficarão à parte na sociedade, sem nem falar na família dos atletas que tantas vezes dependem desses jogadores para ter esperança de um futuro melhor.

Até por isso, o Fluminense esteve disposto a dar uma nova chance não só a Kennedy, mas também para Alexsander, Kauã Elias e Arthur mesmo após o episódio do hotel. A questão é Kennedy voltou a dar problemas. Faltou no treino de domingo e atrasou na atividade de hoje. Agora, está afastado por tempo indeterminado.

Aí entra na balança, além de tentar recuperar o ser humano, o controle do grupo. Como Diniz explica para os outros atletas disciplinados e que cumprem com as regras que outros que ficam fora da cartilha continuam recebendo oportunidades? Como não falar sobre o exemplo para os outros do grupo? O afastamento passa a ser inevitável.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

Deixe seu comentário

Só para assinantes