Danilo Lavieri

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Soluções para problemas do Palmeiras de 2023 põem Abel em encruzilhada

O Palmeiras apresenta alguns problemas nos seus jogos que não o impedem de ganhar, tampouco de ser campeão, como aconteceu no Paulistão. Mas essas questões limitam o desempenho de uma equipe que é sempre observada tão de perto.

Curiosamente, dois problemas centrais são decorrentes de soluções que se apresentaram em 2024 para corrigir problemas de 2023. Tudo começa com a chegada de Aníbal Moreno. O argentino tem se mostrado uma das contratações mais acertadas do futebol brasileiro até aqui, mas a sua presença gerou reflexos no resto do campo.

Ele foi contratado para suprir a ausência de Danilo, tão sentida pelo Palmeiras em toda a temporada passada. A questão é que a solução encontrada por Abel naquele momento foi recuar Zé Rafael. O Trem, como gosta de chamar a torcida palmeirense, correspondeu. Correspondeu muito. Até mais do que o esperado. Como esse colunista já disse, inclusive, foi o melhor atleta do ano no Verdão.

Com a chegada de Aníbal, no entanto, ele precisou voltar a atuar mais como um 8 do que como um 5, como gosta de dizer Abel. No Paulista, a solução foi colocá-lo um pouco mais pela esquerda. Não foi a mesma coisa. É verdade que podemos colocar na conta um tempo de readaptação, a expectativa gerada por um 2023 brilhante, uma lombalgia e tantos outros elementos que estão sempre no futebol. Mas a verdade é que Zé Rafael não rendeu o esperado.

Outro que foi deslocado pela esquerda nas últimas partidas e não rendeu o que o time precisa é Raphael Veiga. Além de também precisar coordenar com as subidas de Aníbal, o meio-campista também foi deslocado para dar mais espaço para Endrick atuar aberto pela direita, que também precisa se entender com Flaco, que está mais centralizado. A ausência de Zé Rafael nas últimas partidas também o deslocam mais para a esquerda.

Abel disse que ele está cansado e desgastado. Isso pode fazer parte da equação que tirou de Veiga seu máximo potencial, mas mudar o lado de jogo também requer tempo de adaptação. A titularidade de Endrick, aliás, foi uma solução que claramente deu certo no fim do ano passado, na arrancada para o título do Brasileirão, mas que ainda não está 100% encaixada no Palmeiras de 2024.

Contra o Santos e contra o Novorizontino, o técnico português admitiu que não esteve no seu melhor potencial como técnico, citou que pediu funções especiais a alguns de seus jogadores, entre eles Raphael Veiga. Mas até aqui ele parece não ter encontrado a resposta para isso.

Há soluções que se apresentam para quem não está no dia a dia como as entradas de Luís Guilherme e Rômulo. O primeiro tem sido usado mais pelas pontas, mas pode jogar como camisa 10 como já mostrou nas categorias de base. O segundo ainda precisa de tempo de adaptação, mas fez um ótimo Paulistão como o Novorizontino, inclusive, atuando mais pela esquerda.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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