Palmeiras: WTorre perderia o Allianz se banco resolvesse vender a dívida?
Não é a primeira vez que o noticiário traz a possibilidade de o Banco do Brasil vender o crédito de cerca de R$ 600 milhões que tem a receber da WTorre por causa do financiamento para a construção do Allianz Parque. Mas, caso exista algum comprador, isso significa que a construtora perderia o controle da operação do estádio do Palmeiras?
A resposta é não. A WTorre tem, por contrato, o direito de exploração da superfície por 30 anos a partir da data da inauguração da arena. Ou seja, até novembro de 2044, uma vez que a estreia foi em novembro de 2014.
Ainda que o Banco do Brasil vendesse o crédito, isso não significa que a operação sairia das mãos da WTorre. Pelo contrário. A construtora pode estabelecer o preço que acha justo para passar a administração, uma vez que não há um valor estipulado em contrato nem de venda e nem de rescisão.
O último que conversou com o Banco do Brasil sobre a operação foi a Revee, como mostrou o Globo. Anteriormente, essa coluna também já havia mostrado que Leila Pereira recebeu essa mesma oferta e recusou justamente por não poder assumir a administração do Allianz.
Além disso, a Real Arenas, que é o braço criado pela WTorre, afirma que está em dia com os pagamentos para o Banco do Brasil e que desconhece qualquer tipo de negociação com terceiros. Vale destacar que, mesmo estando em dia com as obrigações, a WTorre não conseguiria impedir a venda da dívida, mas, como já descrito acima, continuaria com a operação do estádio.
Normalmente, as operações de venda de dívida no mercado são feitas quando o credor tem dificuldades para receber o pagamento. Assim, ele vende para um terceiro por um valor menor e oferece ao comprador a chance de receber um valor maior a longo prazo, mas com a responsabilidade de exercer a cobrança.
Confira a nota oficial da Real Arenas sobre o tema:
A Real Arenas informa que está rigorosamente em dia com o pagamento do empréstimo feito pelo Banco do Brasil para a construção do Allianz Parque.
A empresa não tem conhecimento sobre eventual negociação do débito pela instituição financeira a terceiros. Mesmo que haja a compra da dívida por outra empresa isso não significará a troca de propriedade ou comando da operação do estádio, que permanecerá com a Real Arenas.
Por fim, a WTorre não tem nenhuma relação com a Reeve.
Reportagem
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