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Clodoaldo Silva

Imprevisibilidade marca a realização dos Jogos de Tóquio

Toru Hana/Reuters
Imagem: Toru Hana/Reuters

07/01/2021 15h30

Depois de um ano conturbado e cheio de problemas para todos os lados é preciso tirar forças de algum lugar e acreditar que 2021 será diferente. Eu espero que este ano seja realmente o ano olímpico e paralímpico. É lógico que em primeiro lugar estão as vidas das pessoas, mas a gente torce para a realização dos Jogos Olímpicos de Tóquio.

Por um lado, o Comitê Organizador dos Jogos já confirmou que os eventos irão ocorrer. No entanto, ainda existem muitas interrogações em torno do assunto. Quando a gente liga a TV e vê informações sobre o avanço da covid-19 no Japão, ficamos desanimados, cansados física e mentalmente.

Com descoberta de novas linhagens do vírus, foi suspensa a liberação especial para facilitar a entrada de atletas do exterior no país. É tudo muito temerário ainda. Não estou aqui para fazer o papel de advogado do diabo, mas para mim, ainda existem muitas pendências a serem esclarecidas antes de a gente dizer se os Jogos vão realmente ocorrer.

A gente tem convivido com os prejuízos. Os reflexos no esporte olímpico e paralímpicos são visíveis e drásticos. Desde que a pandemia explodiu, os atletas olímpicos e paralímpicos se preparam como podem. No caso dos Paralímpicos, o Mundial de Atletismo de 2019, em Dubai, foi o último grande evento do esporte para pessoas com deficiência antes da Paralimpíada de Tóquio.

E a classificação dos atletas para os Jogos Paralímpicos? Os treinos? As metas? Tudo confuso, sem previsão. Se os Jogos Olímpicos e Paralímpicos forem realmente realizados, não poderemos ter os resultados como parâmetros. Precisaremos de mais um ou dois ciclos olímpicos e paralímpicos para recuperar o que foi perdido em termos de preparação.

Ainda existe uma grande incógnita em relação aos Jogos. Mas também é certo que a realização poderá ajudar o mundo. Afinal o esporte é uma das ferramentas mais incríveis para recuperar uma nação. Seria ou será uma injeção de ânimo. Eu sei que parece insano pensar em esporte, em resultado, em medalha no meio de tudo isso. Mas já passamos por tantas coisas que se a gente não pensar que tudo vai caminhar bem, a gente fica sem força.

Eu quero acreditar e vou torcer por esse plano de vacinação dos atletas em Tóquio, por um controle mais rígido da entrada de estrangeiros no país e por medidas que limitem a circulação. Eu quero acreditar que seja possível não ter público na arquibancada. Eu quero muito que de 23 de julho a 8 de agosto a gente esteja torcendo pelos atletas olímpicos e que entre 24 de agosto e 5 de setembro meus amigos paralímpicos também possam brilhar em Tóquio. Eu quero muito, assim como todo mundo, que esse pesadelo acabe e que possamos, em um futuro bem próximo, voltar ao normal.

Os atletas devem estar preparados para tudo. Todos estão treinando com a perspectiva de que os Jogos acontecerão. Então, no meio de tudo isso que estamos vivendo há quase um ano, ainda existe uma força de vontade incrível de superar essa história e tenho certeza de que todos irão fazer o seu melhor. Fico na torcida para que tudo corra bem. Continuarei acompanhando com esperança.

Excelente quinta-feira e abraços aquáticos para todos.