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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Competência nos pênaltis foi a diferença entre Argentina e Brasil

Messi, capitão da seleção argentina - MANAN VATSYAYANA / AFP
Messi, capitão da seleção argentina Imagem: MANAN VATSYAYANA / AFP

09/12/2022 20h05

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Argentina e Brasil foram superiores nos 120 minutos contra Holanda e Croácia, respectivamente.

Messi desequilibrou com assistência para Molina e cobrança perfeita de pênalti no tempo normal. Jogando solto no ataque com Julián Álvarez no 3-5-2 de Lionel Scaloni.

Acuña colocou Dumfries no bolso, ainda sofrendo falta na área holandesa que ampliou a vantagem albiceleste. A equipe de Van Gaal só reagiu no "abafa" final, empurrando Van Dijk como centroavante para o jogo aéreo ao lado de Weghorst e De Jong.

Diminuiu na cabeçada de Weghorts, mas o empate veio no maior vacilo de uma seleção na sexta-feira: cobrança de falta rasteira ao lado da barreira de Beghuis, virada do artilheiro da partida, aos 55 minutos do segundo tempo. 2 a 2.

Mais bizarro que o gol da Croácia, no final da prorrogação, em contragolpe cedido pelo Brasil, que vencia por 1 a 0, com chute de Petkovic desviado por Marquinhos que saiu do alcance de Alisson.

Premiando uma Croácia que teve o mérito de cadenciar o jogo no ritmo de Modric, Brozovic e Kovacic no meio-campo. Cozinhando para ganhar tempo e vencer novamente nos pênaltis, com Luvakovic parando Rodrygo e Marquinhos batendo na trave. Neymar seria o último cobrador, mas nem teve a chance.

Messi abriu a série argentina que fez de Emiliano Martínez o heroi, pegando os chutes de Van Dijk e Berghuis. mas ainda dando uma emoção quando Enzo Fernández desperdiçou um "match point", porém Lautaro Martínez, que novamente desperdiçou boas chances, especialmente na prorrogação, sacramentou a classificação albiceleste.

A competência nos pênaltis foi a única diferença em relação ao Brasil que abriu o placar no final da primeira etapa do tempo extra com golaço de Neymar, com tabelas tipicamente brasileiras. Parecia que todos os problemas e equívocos seriam soterrados, como acontecerá com os rivais sul-americanos. Como foi eliminado, a análise, como sempre, será feita de trás para frente, partindo do resultado final, e os erros de Tite serão apontados sem perdão.

Por que tirou Vinicius Júnior tão cedo? Por que tantas chances perdidas nos 120 minutos? Por que substituiu Militão e não Danilo por Alex Sandro? Por que Casemiro não fez falta em Modric na origem do gol croata? Por que Neymar não abriu a série? Por que Tite foi para o vestiário e deixou os jogadores sozinhos com a eliminação?

O Brasil poderia estar na semifinal apesar disso tudo. Bastava que o chute fraco de Petkovic tivesse parado diretamente nas mãos de Alisson. Assim como o mundo desabaria sobre Scaloni em caso de revés na prorrogação ou nos pênaltis, pelo gol de várzea que salvou a Holanda no tempo normal.

Na sexta caótica que abriu as quartas, o saldo final é simples: os herois seguem leves e livres de seus vacilos, os novos vilões vão para casa com o peso do mundo nas costas.