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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Flamengo é eficiente no Morumbi, mas "Avenida Rodinei" reaparece e preocupa

Everton Cebolinha, do Flamengo, comemora gol contra o São Paulo pela Copa do Brasil - Marcello Zambrana/AGIF
Everton Cebolinha, do Flamengo, comemora gol contra o São Paulo pela Copa do Brasil Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Colunista do UOL Esporte

25/08/2022 07h17

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O São Paulo finalizou 26 vezes, 16 de dentro da área e apenas cinco na direção da meta do Flamengo no Morumbi.

Além do gol de Rodrigo Nestor, uma finalização de Patrick que Santos tocou antes de bater no travessão e outras três defesas do goleiro rubro-negro.

Se a grande virtude do time de Dorival Júnior foi a eficiência na frente, ao concluir apenas sete vezes, quatro no alvo e três nas redes, contrastando com mais um gol feito perdido por Gabigol em assistência de Pedro, o sistema defensivo teve muitos problemas para conter o volume do São Paulo em seus domínios.

Como esperado, o tricolor das copas é bem mais forte que o improvisado e derrotado por 2 a 0 no mesmo estádio, pelo Brasileiro. O que mostra que a estratégia de Dorival, mesmo deixando dois pontos no Allianz e mantendo a distância do líder do Palmeiras, foi acertada. Um time misto teria penado na ida da semifinal da Copa do Brasil.

Os 3 a 1 deixam o time bem mais perto de sua sétima final na história da competição, mas também deixam duas grandes preocupações: a suspeita de hepatite viral de David Luiz, que pode afastar o zagueiro da equipe por um bom tempo - incrível que, com enfermidade tão grave, o zagueiro tenha resistido 45 minutos em campo.

Mas principalmente a "Avenida Rodinei", que reapareceu e foi muito explorada pelo São Paulo. Primeiro por Reinaldo e Patrick no primeiro tempo, depois Welington no mano a mano, ganhando quase todas e buscando na área Calleri e Luciano, que substituiu Patrick.

Dorival tentou consertar com a cobertura de Thiago Maia e João Gomes fechando a entrada da área, ou com o próprio jovem volante ocupando o setor, invertendo com Everton Ribeiro. Nem funcionou tão bem sem bola, mas rendeu o primeiro gol, com belo passe do camisa sete pela esquerda e Gomes surpreendendo ao infiltrar por trás de Pedro e abrir o placar.

No segundo, também Everton Ribeiro pela esquerda, para pegar o rebote de Jandrei no cruzamento de Arrascaeta, finalizar, o goleiro são-paulino soltar e Gabigol se redimir de mais um chance clara desperdiçada e outra atuação destoando do trio ofensivo. Mesmo sem brilho intenso de Arrascaeta e Pedro.

Santos, Filipe Luís, João Gomes e Everton Ribeiro foram os grandes destaques individuais. Vidal não entrou bem, incluindo o posicionamento muito afundado na própria área, assim como a de Thiago Maia contra Raphael Veiga no gol do Palmeiras, que deu espaços para Nestor marcar o gol do time da casa.

Everton Cebolinha entrou perdido, sem saber se acompanhava Igor Vinicius que estava mais aberto ou fechava Rafinha, que descia por dentro. Mas nos acréscimos definiu os 3 a 1 ao receber de Arrascaeta e surpreender Jandrei ao bater forte no canto direito ao invés de "chapar" com efeito no esquerdo, como é sua jogada característica.

O Flamengo encaminha a classificação para a final do mata-mata nacional, porém o jogo deixa um alerta já para a primeira semifinal da Libertadores contra o Vélez Sarsfield na Libertadores. O 4-3-1-2 tem como "cobertor curto" os espaços pelas laterais. Os zagueiros, Thiago Maia e Filipe Luís até guardam bem a área e a segurança de Santos vem garantindo.

Mas seria boa solução começar, já a partir do clássico com o Botafogo no Estádio Nílton Santos, dar ritmo e testar o uruguaio Guillermo Varela na lateral direita. Porque as fragilidades de Rodinei sem a bola são "pedra cantada" e podem separar o Flamengo das taças que disputa em 2022.

(Estatísticas: SofaScore)