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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Fluminense se impõe na técnica. Cruzeiro é organizado, mas nível Série B

Arias, do Fluminense, é abraçado por companheiros após marcar na partida contra o Cruzeiro, pela Copa do Brasil - Fernando Moreno/AGIF
Arias, do Fluminense, é abraçado por companheiros após marcar na partida contra o Cruzeiro, pela Copa do Brasil Imagem: Fernando Moreno/AGIF

Colunista do UOL Esporte

12/07/2022 23h30

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O Cruzeiro teve o apoio do Mineirão cheio e a torcida gritou até quando a vaga para as quartas da Copa do Brasil já estava perdida.

Também precisou lidar com a saída de Willian Oliveira, por lesão, logo aos cinco minutos de jogo. Pedro Castro entrou no meio-campo, o lateral Leonardo Pais ficou mais preso, com os zagueiros Lucas Oliveira e Eduardo Brock. Vitor Leque abria o campo pela direita e Bidu atacava do lado oposto como ala, liberando Luvannor para se aproximar de Edu.

Time bem organizado no 3-4-3 pelo uruguaio Paulo Pezzolano, que acabou expulso por reclamação ainda no primeiro tempo. Sobra na Série B, muito pela intensidade alta e a boa coordenação para pressionar o adversário com a bola e atacar a última linha adversária com, no mínimo, quatro homens.

Mas o nível técnico do elenco é de segunda divisão mesmo, dentro da realidade e do orçamento. Nos momentos em que foram superiores coletivamente, faltou a qualidade para a assistência ou a finalização. Foram 12 no total, cinco de dentro da área e seis no alvo.

Com apenas 45% de posse, roubando a bola, acelerando e definindo rapidamente os ataques. Mas não superou Fábio, que apareceu bem contra seu ex-clube com cinco defesas. Nenhum "milagre", porém.

O Fluminense foi maduro durante a maior parte do jogo. Tentando aproveitar a desorganização do oponente pela substituição forçada. Poderia ter aberto o placar ainda no primeiro tempo, com Matheus Martins e Jhon Arias, os ponteiros do 4-2-3-1 de Fernando Diniz que alternam pelos flancos e, muitas vezes, ocupam o mesmo setor.

Tudo dentro da proposta de criar superioridade numérica por onde circula a bola e ir avançando metros. Mas agora o treinador busca mais objetividade e tem em Gérman Cano um enorme "aliado" nessa proposta. Todo movimento do argentino é mirando a meta rival.

Assim serviu Arias no primeiro gol, com belo toque por cima do goleiro Rafael Cabral, e marcou o segundo, o 27º do artilheiro na temporada. Em jogadas bem engendradas, já com Martinelli na vaga de Nonato para ajudar André na proteção da retaguarda que muitas vezes tinha linha de seis, com os quatro defensores e os ponteiros muito recuados, negando a profundidade.

Mas também tocando fácil e aproveitando os espaços gerados pelo cansaço do time celeste, que sentiu o esforço de pressionar na busca da reversão da vantagem construída com os 2 a 1 no Maracanã, que saíram baratos diante de tamanha superioridade do time de Série A, agora no G-4 e disputando a liderança.

Irônico e paradoxal que a disputa mais equilibrada terminasse com o placar mais dilatado, porque Nathan, que entrou na vaga de Matheus Martins, fechou os 3 a 0 já nos acréscimos. Com as mesmas 12 finalizações do adversário, porém muito mais eficiência: seis no alvo, três nas redes. E superioridade na posse, como quase sempre: 56%.

O Fluminense chega à sexta vitória consecutiva, ao sétimo jogo de invencibilidade e será um duro adversário para qualquer um que vier nas quartas do mata-mata nacional. Diniz teve tempo para trabalhar nas semanas de jogos dos principais concorrentes pela Libertadores/Sul-Americana e a evolução no desempenho é nítida, agora com resultados consistentes.

O Cruzeiro volta à dura realidade, mas com a torcida consciente e apoiando para o maior objetivo na temporada. O único possível.

(Estatísticas: SofaScore)