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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Rocha: Barcelona ensina ao PSG (e Chelsea) como não perdoar o Real Madrid

Jogadores do Barcelona comemoram gol diante do rival Real Madrid - JAVIER SORIANO / AFP
Jogadores do Barcelona comemoram gol diante do rival Real Madrid Imagem: JAVIER SORIANO / AFP

Colunista do UOL Esporte

21/03/2022 07h53

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O Real Madrid deve ser o campeão espanhol e a temporada até aqui do time merengue é excepcional.

Mas Carlo Ancelotti não foi feliz nas escolhas para o clássico contra o Barcelona no Santiago Bernabéu. Desde a opção por Luka Modric como "falso nove" para suprir a ausência do lesionado Benzema, desestruturando o meio-campo com Valverde perdido ao lado de Casemiro e Kroos e tirando a referência do ataque. Até tentar consertar colocando Mariano, mas tirando Carvajal e desarrumando de vez a última linha defensiva.

Xavi Hernández foi preciso ao colocar Ronald Araújo pela direita para proteger Piqué contra Vinicius Júnior - como Guardiola fazia com Puyol contra Cristiano Ronaldo, sem comparações, quando o agora treinador estava em campo liderando o meio-campo blaugrana. Ainda ganhou um gol de cabeça do zagueiro uruguaio.

Para provar que Xavi, mesmo carregando o DNA do Barça, entende as necessidades do futebol atual. Seu time é forte no jogo aéreo e também nas transições ofensivas. Aquelas que destroçaram o trio Militão-Alaba-Nacho no início do segundo tempo, com incrível gol perdido e depois redenção de Ferrán Torres e o golpe final de Aubameyang, que abriu o placar no primeiro tempo.

Completando mais uma jogada de Dembélé para cima de Nacho, dentro de um "baile" constrangedor para o Real em sua casa. O Barça teve 59% de posse, 19 finalizações, 17 dentro da área e dez no alvo. Poderia ter repetido os seis gols no estádio do grande rival, como fez em 2008/09. Com Xavi em campo.

O time catalão ganha fluência no meio-campo com Frenkie De Jong e Pedri, recupera Jordi Alba pela esquerda e atropela na frente com as contratações da janela de inverno e a recuperação de Dembélé. Parece tarde para um "sprint" atrás do título espanhol, mas a Liga Europa é uma meta palpável.

Os 4 a 0 servem de lição ao PSG de como não perdoar as falhas de um gigante. Ainda que não se possa comparar o peso de um jogo de liga que, provavelmente, não será decisivo para a disputa do título com um mata-mata de Liga dos Campeões. Mas o Real foi totalmente dominado em Paris e só Mbappé no final conseguiu vencer a meta de Courtois. Vitória magra que ficou pequena diante da "pane" emocional que virou o confronto do avesso em Madri.

A goleada serve como referência também para o Chelsea, o adversário do Real nas quartas. O time inglês também é forte nas bolas paradas ofensivas e nos contragolpes. Se o time de Ancelotti vacilar novamente pode ser letal.

(Estatísticas: SofaScore)