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Rocha: Palmeiras na final, sem vergonha para contra-atacar time mais fraco
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Se a armadilha do Al Ahly cheio de desfalques era recuar linhas, atrair o Palmeiras e surpreender em rápidas transições ofensivas, a resposta de Abel Ferreira foi simplesmente não dar campo ao adversário. Como se sua equipe não fosse superior tecnicamente.
A receita em Abu Dhabi foi circular a bola com paciência (posse chegou a 70%), ainda que ficasse entre os defensores e não houvesse brechas para acionar o trio Veiga-Dudu-Rony. Sem problemas, o importante era estar posicionado para não sofrer o contragolpe. Nenhuma pretensão de se instalar no campo de ataque e ceder 30 metros às costas da última linha defensiva. De fazer o que não sabe.
A "cabeça fria", metade do lema de Abel, é justamente não se incomodar com a falta de protagonismo. Pragmatismo em estado puro, sem subjetividade ou filosofia, além do discurso motivacional do treinador português. Importante é o resultado.
Primeira chance na cobrança de lateral de Marcos Rocha diretamente para o desvio de Rony na área. Quando o time egípcio se empolgou e adiantou as linhas, sem o ferrolho do 5-4-1, a resposta foi rápida: passe vertical, lindo toque de Dudu e gol de Raphael Veiga. "Cabeça fria" também para garantir a concentração e não perder a oportunidade cristalina.
A disputa tática acabou no gol palmeirense. Porque o Al Ahly desfigurado não teria qualidade suficiente para criar espaços e furar a variação de 5-3-2 e 4-1-4-1 do bicampeão sul-americano.
Saída desordenada tentando pressionar no início da segunda etapa, outro contragolpe e a inversão de gol e assistência genial: belo toque de Veiga, arrancada de Dudu e finalização no ângulo. Quatro finalizações no alvo, duas nas redes.
Mosimane tentou qualificar os ataques com a entrada de Sherif, que estava a serviço da seleção egípcia. Mas o camisa dez só apareceu no gol bem anulado por impedimento, que salvou a falha grotesca e raríssima de Weverton.
O único susto em uma atuação segura, ainda mais tranquila depois da expulsão de Ashraf, único titular que estava com a seleção que iniciou a partida. O Al Ahly terminou com 57% de posse e 14 finalizações a 12, mas em nenhum momento teve o controle da partida.
Porque o Palmeiras nunca saiu de sua zona de conforto. Não importa quem está do outro lado. A moral que Abel ganhou com o bi da Libertadores agora permite qualquer plano, que será abraçado por jogadores, torcida e dirigentes sem questionamentos. Sem vergonha para contra-atacar um time mais fraco.
Na provável final contra o Chelsea, cenário ainda mais confortável. Se for preciso compactar os dez jogadores de linha na própria área, nenhum problema. A retranca estará ainda mais liberada. E pode dar certo novamente.
Porque "coração quente", a outra parte do lema de Abel, com entrega absoluta para conquistar o título tão sonhado, também não vai faltar.
(Estatísticas: SofaScore)
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