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Rocha: Com Tite, Vinicius Jr. marca lateral. Que siga evoluindo no Real
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Trazer Philippe Coutinho de volta à seleção para os jogos contra Colômbia e Argentina pelas Eliminatórias não foi um absurdo de Tite.
O meia do Barcelona foi o melhor do Brasil na última Copa do Mundo, com desempenho superior e sendo mais decisivo até que Neymar. Merece créditos nesta tentativa de retomada no Barcelona, depois de lesões e frustrações nos últimos anos.
O que mais chocou na lista do treinador da seleção foi a ausência de Vinicius Júnior. O atacante vem demonstrando clara evolução no Real Madrid, agora sob o comando de Carlo Ancelotti. Fruto da confiança transmitida e da liberdade concedida ao atacante de 21 anos.
Vinicius marcou um gol espetacular contra o Shakhtar Donetsk na Liga dos Campeões e foi importante na vitória sobre o Barça no Camp Nou. Vem melhorando no acabamento dos ataques, com mais calma para definir a ação mais correta - drible, passe ou finalização - e progredindo também nos fundamentos.
Vinicius Jr. até volta para recompor, quando o 4-3-3 merengue precisa variar para o 4-1-4-1 sem bola. Mas funciona melhor como o escape de velocidade e com campo para acelerar e buscar o duelo com os defensores. É muito forte no um contra um.
Nas oportunidades que ganhou na seleção, porém, o atacante recebeu muitas atribuições defensivas. Às vezes recuando tanto pela esquerda que cumpriu função de um "segundo lateral" em uma linha sustentada de cinco homens. Contra o Chile em Santiago, todo esse cuidado para marcar Mauricio Isla. A intenção clara era dar liberdade total a Neymar.
Aliás, a lista de Tite sinaliza que o treinador conta com Lucas Paquetá para cumprir a função de meia-ponta pela esquerda. Assim o jogador do Lyon atuou muito bem na goleada sobre o Uruguai. Mas se Neymar se fixar pela esquerda no ataque do PSG com Messi e Mbappé e Coutinho recuperar a titularidade no Barcelona, poderemos ter a repetição do último Mundial, mas desta vez em um 4-2-3-1. Coutinho por dentro, Neymar na ponta.
Se a ideia for essa, que Vinícius Júnior siga crescendo no Real Madrid. Para se limitar a marcar lateral na seleção e sem grandes perspectivas de futuro a curto prazo com a camisa verde e amarela - ou seja, a Copa do Mundo no Catar no ano que vem - é melhor continuar no clube.
Com um grande treinador, que Tite procurou em 2014, seu "ano sabático" que utilizou para viajar e tentar aprimorar seu modelo de jogo. Foi a Madri, conversou com Ancelotti, estudou a variação do 4-3-3/4-1-4-1 para o 4-4-2, à época com Cristiano Ronaldo ganhando liberdade, Bale voltando pela direita e Di María abrindo à esquerda para formar a segunda linha de quatro.
Vinicius Jr. não é CR7, mas seria um desperdício relegá-lo a uma função essencialmente defensiva, com muito campo para correr na transição ofensiva e, portanto, mais distante da área adversária. Ancelotti entende isso. Tite, pelo visto, não.
Então que o atacante brasileiro aproveite a pausa na próxima data FIFA para trabalhos específicos, sob a supervisão do treinador italiano. O futebol agradece.
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