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André Rocha

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Rocha: Com espetáculo, Galo confirma semifinal gigante contra Palmeiras

Hulk e Zaracho comemoram gol do Atlético-MG contra o River Plate na Libertadores - Fernando Moreno/AGIF
Hulk e Zaracho comemoram gol do Atlético-MG contra o River Plate na Libertadores Imagem: Fernando Moreno/AGIF

Colunista do UOL Esporte

18/08/2021 23h25

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Nacho Fernández nem fez tanta falta no Mineirão com torcida de volta. A ausência do meia, expulso contra o ex-time em Buenos Aires, depois de marcar o gol único da ida da semifinal, foi compensada com muita mobilidade.

De Zaracho, compatriota substituto na função de meia centralizado no 4-2-3-1, e também Savarino, Hulk e Vargas. Com o chileno saindo da esquerda para circular por dentro e atacar a área como um segundo centroavante, se juntando a Hulk. A ideia era abrir o corredor para Guilherme Arana atacar, mas não foi necessário.

Porque o Galo deitou e rolou pela direita, nas costas de Angileri e atropelando Martínez, o zagueiro pela esquerda no 3-4-3 montado por Marcelo Gallardo. Com Hulk cortando para dentro e cruzando para Zaracho abrir o placar com um voleio espetacular. Golaço que começou a catarse, dentro e fora de campo.

Difícil, a esta altura, discutir a volta do público aos estádios. Porque as autoridades deveriam ter tomado outras providências no início da pandemia, ano passado. Para agora termos boa parte dos brasileiros vacinados, sem a forte presença da variante delta aumentando os números de casos.

No cenário atual, vermos aglomerações e pessoas sem máscara, ou usando de forma errada, é chocante. Mas também uma discussão que já cansou e é difícil exigir responsabilidade depois de quase um ano e meio de insanidade e desmandos do governo federal. O exemplo não veio de cima.

Voltando ao jogo, quando Gallardo desmontou o sistema de três zagueiros com a troca de Maidana e Paradela e a equipe argentina até começava a ameaçar e dar trabalho ao goleiro Everson, o contragolpe rápido encontrou Hulk em arrancada espetacular até tocar por cima de Armani. Parecia um profissional contra garotos do sub-17.

E ali a disputa acabou. O River manteve a dignidade, seguiu jogando e tentando atacar. Mas não havia muito o que fazer. A impressão é mesmo de fim do ciclo vencedor desde 2014. A ausência de Enzo Pérez, pilar do meio-campo suspenso pelo terceiro amarelo, tornou tudo mais complicado.

O maior mérito, porém, foi mesmo do time de Cuca. Intenso, concentrado defensivamente e letal na frente. Ampliando para 3 a 0 com Savarino chegando a tempo no fundo para servir Zaracho. Destaque pelos gols, mas o melhor em campo foi Hulk. E o Galo ainda nem estreou Diego Costa.

No final, o time mandante terminou com 48% de posse e onze finalizações, contra 19 do River - sete a nove no alvo. Mas controlou o jogo e o confronto, mesmo com pelo menos três grandes defesas de Everson. Desta vez, porém, sem o sufoco e as polêmicas de arbitragem das quartas contra o Boca. Sendo o primeiro brasileiro a mandar para casa a dupla de gigantes da Argentina na mesma edição.

Não é feito pequeno. E será gigante a semifinal contra o atual campeão Palmeiras. Reencontro entre Cuca e Abel Ferreira, mas desta vez em duas partidas. Ainda falta tempo, com os duelos nas duas últimas semanas de setembro, mas a expectativa é enorme. O Galo confirmou sua vaga com espetáculo.

(Estatísticas: SofaScore)