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André Rocha

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Internacional atropela na vingança contra Flamengo e Renato Gaúcho

Colunista do UOL Esporte

08/08/2021 20h21

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O melhor momento do Internacional no Brasileiro passado, sob o comando de Abel Braga, foi negando espaços e acelerando as transições ofensivas. Assim chegou à liderança e goleou o São Paulo no Morumbi por 5 a 1. Com três gols de Yuri Alberto.

Perdeu a ponta e o título na penúltima rodada no confronto direto com um Flamengo concentrado e preparado para enfrentar essa proposta de jogo.

Já o Grêmio de Renato Gaúcho, em vários clássicos, inverteu essa lógica e criava uma "cilada" recuando linhas, dando a posse para o Colorado e acelerando nos contragolpes. Vencia também na força mental. Funcionou contra o Inter de Coudet e Ramírez, mas não contra o de Abel, que venceu de virada por 2 a 1.

Desta vez o Flamengo vinha de sete vitórias seguidas depois da chegada de Renato. Mandou reservas a Natal para o treinador trabalhar a semana com os titulares. Era o favorito absoluto no Maracanã contra o time gaúcho, agora comandado por Diego Aguirre, eliminado na Copa do Brasil e na Libertadores e sem vencer há três partidas.

Mas mordido, com sangue nos olhos e sede de revanche. Contra time e treinador, algozes recentes. Entrou organizado para se defender bem, com Dourado e Lindoso à frente da defesa, Edenilson e Patrick pelos lados e Taison com liberdade para se aproximar de Yuri Alberto, o escape para usar a velocidade contra Gustavo Henrique e Léo Pereira.

O Flamengo até começou intenso, adiantando as linhas e criando para Gabigol, mas faltou o pé direito para o camisa nove. Depois o artilheiro passou a recuar demais ou abrir pela direita, deixando a área adversária para Bruno Henrique e Arrascaeta, apenas. Por fim, a tola expulsão ao reclamar e debochar do árbitro. Facilitou ainda mais para o oponente.

Assistências de Edenilson e Patrick, gols de Yuri Alberto. Com 32% de posse, quatro finalizações, duas nas redes de Diego Alves em 45 minutos. A segunda com desvio de Gustavo Henrique. A mais fácil, o camisa nove perdeu. No segundo tempo, arrancada espetacular de Taison atropelando Diego e Filipe Luís na velocidade e o primeiro gol do camisa dez nesta volta ao Inter. Depois, nova assistência de Edenilson, mais um de Yuri, repetindo a trinca do atropelo sobre o São Paulo.

Mérito da concentração defensiva absoluta. E quando foi vencida, com as cabeçadas de Bruno Henrique e Léo Pereira, uma em cada tempo, o goleiro Daniel fez defesas espetaculares. Deu tudo certo na noite da vingança dupla. Histórica pela maior vitória como visitante no duelo. O desafio agora é manter esse sangue nos olhos em jogos "normais".

Quanto ao Flamengo, é juntar os cacos do 4 a 0. Fora o mérito enorme do adversário, a impressão foi de que a semana livre e, talvez, a proximidade do jogo contra o Olimpia pela Libertadores, prioridade na temporada e que costuma ser mais valorizada pelo novo técnico, desmobilizaram a equipe para o jogo da competição por pontos corridos. Logo contra um rival faminto. Fica a lição.

(Estatísticas: SofaScore)