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André Rocha

ANÁLISE

Texto baseado no relato de acontecimentos, mas contextualizado a partir do conhecimento do jornalista sobre o tema; pode incluir interpretações do jornalista sobre os fatos.

Hulk tem grande impacto no Galo e no Brasileiro, mas não é super-herói

Hulk, do Atlético-MG, celebra gol contra o Corinthians - Ettore Chiereguini/AGIF
Hulk, do Atlético-MG, celebra gol contra o Corinthians Imagem: Ettore Chiereguini/AGIF

Colunista do UOL Esporte

18/07/2021 08h40

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O Atlético fez um bom segundo tempo coletivamente em Itaquera e trabalhou para construir a virada por 2 a 1 sobre o Corinthians. Mas não alcançaria o resultado sem Hulk.

Dois gols decisivos, um cobrando falta para mostrar sua versatilidade. Assim encerrou jejum de dez jogos sem ir às redes, mas neste período continuou sendo fundamental.

No Brasileiro são quatro gols e cinco assistências. Participação direta em nove dos 16 gols do Galo. Sem contar, por exemplo, a arrancada espetacular com passe para Savarino no gol de Dylan Borrero contra o América.

Hulk vem atuando como centroavante, mas também se destaca pelo lado direito do ataque. Puxando contragolpes e usando sua jogada característica: corte para dentro e chute forte. Assim explodiu no Porto e foi fundamental no domínio nacional da equipe de 2008 a 2012, com o "plus" da conquista da Liga Europa.

Foi um dos "manchados" pelo 7 a 1 e acabou "escondido" no Zenit e no futebol chinês, porém sempre com títulos. Carreira que pode seguir vencedora no Brasil. Se não havia dúvida do potencial do atacante, mesmo aos 34 anos, está claro que a parte mental está tão forte quanto o físico. O foco é absoluto.

Na temporada, são 13 gols e 9 assistências em 32 partidas. É o artilheiro do time, mas também o líder em passes para gols, finalizações, conclusões no alvo, dribles e faltas sofridas. O grande impacto no Atlético e agora no Brasileiro é inquestionável. Hulk comanda o ataque, literalmente.

O problema é a dependência. Ainda maior quando Nacho Fernández não está em campo. Contra o Corinthians, ainda a ausência de Savarino, que completa o trio decisivo que na maioria dos jogos carrega o time nas costas.

Guardando as devidas proporções e sem comparações individuais, lembra o que Adriano Imperador, com auxílio de Petkovic, fez no título brasileiro do Flamengo em 2009. O time inconstante comandado por Andrade, sucessor de Cuca, conseguiu arrancada impressionante na reta final e faturou o título.

Mas o time rubro-negro, na época, aproveitou um "vácuo de poder" do São Paulo tricampeão que Palmeiras, Internacional e o próprio Atlético não conseguiram preencher. Agora a concorrência parece mais pesada e o jogo mais estudado. E o time mineiro não está dedicado apenas ao Brasileiro, apesar da obsessão pelo título que não conquista desde 1971. Não dá para atirar toda responsabilidade nas costas de duas ou três individualidades.

Ainda assim, o Galo vai levando. Faturou o estadual e segue bem vivo em todas as frentes. Na terça, decisão com o Boca Juniors pela vaga nas quartas da Libertadores no Mineirão. Hulk será essencial mais uma vez.

Só não é super-herói. Cuca precisa encontrar mais soluções ofensivas em um elenco grande e homogêneo para justificar o grande investimento do Galo.

(Estatísticas: Footstats)