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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Galo perde chance de encostar no topo por desleixo. Dentro e fora de campo

Tche Tche comemora gol do Atlético-MG contra a Chapecoense pelo Brasileiro - Fernando Moreno/AGIF
Tche Tche comemora gol do Atlético-MG contra a Chapecoense pelo Brasileiro Imagem: Fernando Moreno/AGIF

Colunista do UOL Esporte

21/06/2021 22h33

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O Atlético Mineiro perdeu quatro jogadores por convocações das seleções para a Copa América: Junior Alonso, Alan Franco, Savarino e Vargas. Mesmo assim, não houve nenhuma reclamação ou parceria com o Flamengo na tentativa de parar o Brasileiro.

Talvez confiando no elenco com muitas peças de nível parecido, a postura é legítima. Até porque apenas Junior Alonso e Savarino são titulares na equipe de Cuca.

Mas quando perdeu mais cinco jogadores por testes positivos de covid (Igor Rabello, Nacho Fernández, Marrony, Nathan, Micael e Dylan Borrero), o Galo se arriscou demais, mesmo para enfrentar no Mineirão a Chapecoense, que ocupava o Z-4 no início da rodada. Mais uma prova de que os protocolos não são tão confiáveis assim.

O resultado prático foi um jogo mais equilibrado que o previsto. Com o time catarinense montado por Jair Ventura para compactar duas linhas de quatro e acelerar com Fernandinho para acionar Anselmo Ramon.

Mesmo com tantas ausências, Cuca conseguiu mandar a campo um time relativamente competitivo. No 4-3-3, com Hyoran partindo da ponta para dentro e deixando o corredor para Guga, Keno e Hulk se movimentando e Guilherme Arana buscando apoio pela esquerda, apesar dos 12 pontos na cabeça.

Descomplicou com o belo chute de fora da área de Tche Tche. A única finalização no alvo em 45 minutos. Seis da Chape, cinco do Galo que teve 68% de posse e 89% de efetividade nos passes. Trabalhando a bola, mas com dificuldades na criação.

Segundo tempo com Ventura recuando Fernandinho para o lado direito da segunda linha e trocando o volante Vinicius Guedes pelo atacante Bruno Silva. O mesmo 4-4-2, mas adiantando um pouco as linhas. Incomodou, rondou a área e finalizou sete vezes, mas apenas uma no alvo.

Justamente a cobrança de pênalti de Ravanelli. Confirmado pelo VAR na falta de Allan sobre Fernandinho. Punindo um Galo que defendeu mal, com linhas espaçadas, e insistiu demais com as jogadas individuais de Hulk. Cuca ainda tinha Mariano, Zaracho, Eduardo Sasha, Calebe e Echaporã no banco para tentar uma "blitz" final.

Sem sucesso. Deixando pelo caminho dois pontos que fariam o time mineiro chegar aos mesmos 12 pontos do líder Athletico. Podem fazer falta lá na frente, quando o Brasileiro afunilar. Mesmo com alto investimento, nove desfalques pesam em qualquer partida. Ainda mais dependendo dos talentos, com jogo coletivo pobre e falhando muito atrás.

Um empate que pode ser colocado na conta do desleixo. Dentro e fora do campo.

(Estatísticas: SofaScore)