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Derrota para o Botafogo supera vexame do São Paulo contra o Mirassol
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Em 1997, o Flamengo perdeu para os reservas do Botafogo na última rodada da Taça Guanabara. Nos minutos finais, Joel Santana perguntava para os garotos no banco quem era zagueiro. O time rubro-negro, comandado por Leovegildo Junior e contando com Romário e Sávio em campo, ficou de fora da final do turno do Carioca e perdeu a chance de quebrar a sequência de dez vitórias do alvinegro, que já estava classificado para a decisão em um regulamento esdrúxulo.
Era difícil imaginar um vexame maior de qualquer time diante do Botafogo, em qualquer contexto. Mas quase 24 anos depois, o São Paulo conseguiu superar o fiasco daquele Flamengo. Também a vergonhosa eliminação no Paulista para um Mirassol com time improvisado por conta de contratos finalizados no período da pandemia.
Porque o Botafogo, já rebaixado e com campanha pífia, colocou um time de garotos no Nilton Santos, sob o comando de Lúcio Flávio. Já pensando na transição para a Série B, jogando sem maiores compromissos. E o São Paulo tinha a obrigação de vencer para ao menos garantir vaga na fase de grupos da Libertadores. Sem sustos na última rodada, quando enfrenta o líder Flamengo e o Fluminense, quinto colocado com dois pontos atrás, encara o Fortaleza no Maracanã.
Mas o tricolor, agora comandado por Marcos Vizolli, conseguiu protagonizar uma atuação mais que constrangedora. Lento, desinteressado, sem nenhuma criatividade, com uma intensidade que seria ridícula até em um treinamento. Nem a ausência de Daniel Alves, suspenso, justifica tamanha pobreza de ideias. E ainda a fragilidade defensiva da maior parte do ano, com ou sem Fernando Diniz, no gol de Matheus Babi que definiu o placar.
Para complicar, Reinaldo foi irresponsável na falta sobre Warley que provocou sua expulsão ainda no primeiro tempo e Luciano desperdiçou a chance de se isolar na artilharia perdendo um dois pênaltis mais absurdos deste Brasileiro bizarro em vários níveis. Galeano se atirou de forma juvenil em disputa natural com o lateral Hugo e o árbitro Bráulio da Silva Machado considerou falta.
Nem assim. Para aumentar ainda mais a vergonha, o chute de Luciano defendido pelo goleiro Diego Loureiro foi a primeira e única finalização no alvo do quarto colocado da competição. Em um total de sete. Mesmo com superioridade na posse durante todo jogo (terminou com 53%), sofreu 19 finalizações do lanterna do campeonato. Que não vencia em casa desde outubro.
Uma derrota inominável, daquelas sem explicação e que só poderá ser compensada com um triunfo em casa na quinta. O time que foi líder com sete pontos de vantagem hoje está a oito do líder Flamengo, o adversário na última rodada. Sem Reinaldo e Leo, ambos suspensos, na lateral esquerda. Mas a grande dúvida é em relação ao estado anímico da equipe.
Por mais que se entenda que a motivação para o jogo de hoje seria bem diferente em relação a uma partida que vale título para o adversário, é difícil imaginar a moral de um time que empilhou decepções na temporada e acumula fracassos há 12 anos, com o hiato da Copa Sul-Americana em 2012. De onde tirar forças para se reerguer no último ato? Nem o retrospecto favorável contra os rubro-negros, recente e histórico, é algo para se agarrar.
Porque o que aconteceu no Engenho de Dentro, pelo contexto, é indesculpável.
(Estatísticas: SofaScore)
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