Allan Simon

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Mudança de Hamilton para a Ferrari pode ajudar Band na Fórmula 1 em 2025

A contratação de Lewis Hamilton pela Ferrari, válida a partir de 2025 e anunciada hoje como um dos mais chocantes movimentos do esporte mundial, pode ser vista também como um presente para a Band, que detém os direitos de transmissão da Fórmula 1 no Brasil até o fim do ano que vem.

Com uma estreia premiada com a temporada alucinante na qual Max Verstappen conquistou seu primeiro título mundial disputando até a última volta do ano contra justamente Lewis Hamilton, a Band comemorou índices importantes de audiência e 'fez a festa' em 2021, mas acabou recebendo dois campeonatos bem monótonos nos anos seguintes.

Em 2022 e 2023, com a Red Bull completamente dominante e Verstappen garantindo o tri sem sustos, a Band viu o "outro lado" que a TV Globo, 'casa' da Fórmula 1 por 40 anos no país, cansou de ver após a morte de Ayrton Senna. Uma competição sem grandes emoções para o fã mais casual, que só atraiu mesmo o nicho absolutamente fanático por automobilismo. Pior: sem brasileiros no grid.

Lewis Hamilton é uma figura que consegue transcender isso quando está bem. A ligação que o piloto inglês heptacampeão mundial construiu com a torcida brasileira ficou tão forte, que rendeu até mesmo o título de cidadão honorário brasileiro pelas mãos da Câmara dos Deputados em 2022.

O problema foi que o piloto amargou duas temporadas complicadas após uma sequência de títulos e aquela disputa histórica perdida para Verstappen em 2021. Apenas sexto colocado em 2022 no campeonato de pilotos, e terceiro lugar no ano passado.

Ainda nem começou a temporada 2024, não é totalmente possível dizer como será o campeonato, se Verstappen terá mais um passeio rumo ao tetracampeonato (os palpites indicam que sim), se a Mercedes conseguirá disputar com a Red Bull na despedida de Hamilton, se a Ferrari já demonstrará alguma evolução antes de receber o piloto inglês.

Mas o fato é que os ânimos do público já estão sendo provocados pelo tamanho da notícia que foi essa contratação, mesmo com a ideia de que os dois últimos anos do atual regulamento ainda possam ser de domínio da Red Bull.

A Band pode ter um ganho de interesse do público já nas primeiras corridas deste ano, afinal, quem curte Fórmula 1 e não quer ver cada momento do fim da relação entre Mercedes e Hamilton, as expressões de Toto Wolff durante as corridas, entre outros detalhes?

Mas a manutenção disso para o restante da temporada vai depender, é claro, do ritmo das disputas e da classificação do campeonato conforme as corridas forem passando.

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O importante para a emissora do Morumbi é que 2025 está sob contrato com a Liberty Media e será a temporada em que o mundo vai parar para ver um dos maiores pilotos de todos os tempos ocupar o cockpit de um do carro da maior equipe de todos os tempos.

Lewis Hamilton na Ferrari, além da quebra de uma monotonia e de esperança de dias melhores para a torcida da equipe italiana, se apresenta também como um presentão para quem transmite a Fórmula 1.

Mas vale também a menção: se de fato algo mudar e a competição ficar mais divertida e interessante, isso pode significar também uma concorrência maior pelos direitos de transmissão no futuro, quando a F1 terá um novo regulamento e tudo pode mudar de novo.

Opinião

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL.

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