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Filho de Popó perde 25 quilos em três meses e inicia carreira no boxe

Igor Freitas pesava 116 quilos e começou a treinar para emagrecer, mas acabou gostando do boxe - Arquivo Pessoal
Igor Freitas pesava 116 quilos e começou a treinar para emagrecer, mas acabou gostando do boxe Imagem: Arquivo Pessoal

Júlia Caldeira e Maurício Dehò

Do UOL, em São Paulo

21/08/2013 06h00

No dia 14 de julho de 1995, Acelino ‘Popó’ Freitas, ídolo do boxe brasileiro, fez a sua primeira luta da carreira e garantiu o primeiro nocaute como profissional.  Dezoito anos depois, em agosto de 2013, ele verá seu herdeiro, Igor Freitas, tentar trilhar o mesmo caminho. Aos 16 anos, o jovem quer ser um campeão como o pai e, para isso, superou desafios e encarou uma dieta rigorosa.

Antes um garoto sedentário de 116 quilos, Igor começou a treinar pela necessidade de perder peso e, em três meses, emagreceu 25 quilos e pegou gosto pelo esporte. A impressionante conquista é resultado de treinos diários e de cortes na alimentação.

Em entrevista ao UOL Esporte, pai, filho e o treinador Luiz Dórea contaram como foi a preparação do adolescente e o que esperam da sua estreia no boxe, que acontece nesta semana, pela categoria dos pesados no Campeonato de Cadetes.

“Eu entrei na academia do meu pai e durante três meses fechei a boca, controlei a alimentação e fui treinando todos os dias. É muito rápido, uma corridinha, um treino, e você perde (peso) muito rápido”, conta Igor, que, durante o processo de emagrecimento, recebeu apoio médico.

Seus treinos são acompanhados pelo ortopedista Fábio Costa o mesmo que segue a carreira do astro do UFC Júnior Cigano.

Este processo não foi tão natural quanto é relatado pelo garoto. No início, ele treinava a contragosto, pois não gostava de boxe e sentia dificuldade por não estar acostumado a praticar exercícios.

A insistência de Popó, o apoio do tio ex-lutador Luiz Cláudio Freitas e os treinos do padrinho Luiz Dórea, que, além de ter sido o responsável por levar Popó a ganhar o primeiro cinturão também é o treinador de estrelas do UFC como Júnior Cigano e Minotauro, porém, levaram o garoto a se apaixonar pela luta.

“Ele tinha quase 120 quilos, e eu sempre o incentivei a fazer atividades físicas. Eu levava ele aos treinos e comprava agasalho para ele correr. Aí ele fechou a boca, parou de tomar refrigerante e, quando começou a emagrecer e ver que tinha potencial, pegou gosto pelo boxe”, relata Popó, que celebra a motivação do filho, que diz estar “abençoado”.

IGOR FREITAS QUER SER CONHECIDO COMO "MÃO DE FERRO"

A força de vontade é o principal combustível de Igor, que já fala em “quebrar o adversário” e em superar o pai. Se Popó era conhecido como o “mão de pedra”, ele quer ser o “mão de ferro”. Tanto otimismo baseado na confiança de que o esporte “está no sangue e nas veias”.

Para Dórea, a evolução do jovem boxeador é impressionante, por ele trabalhar “muito forte” e buscar ganhar cada vez mais experiência com o tema. Igor assiste a lutas do pai todos os dias e estuda movimentos e táticas, além de praticar.

Mesmo assim, o caminho para chegar a ser tetracampeão mundial e a somar 33 nocautes e apenas 2 derrotas em 41 lutas como Popó ainda é longo.

“Ele tem muita disciplina, perdeu mais de 20 kg e passou o primeiro obstáculo. Ainda é cedo, ele está estreando e tem 16 anos, mas tem a força de vontade do pai. Tenho muita confiança de que ele vai brigar muito”, prevê Dórea.

Já Popó não fala em futuro, mas na necessidade de alimentar a motivação do filho para que ele não deixe o esporte. “Se ele gosta, tem que motivar. Melhor do que estar nas drogas. Tem que fazer com que ele acredite. O esporte muda a trajetória de vida, mudou a minha, muda tudo.”

Futuro e trajetórias de vida à parte, Igor tenta, por enquanto, manter o foco no primeiro adversário e no seu desempenho de luta. O objetivo é ter a técnica do pai e, assim como Muhammad Ali, bater como um peso pesado e desviar como um peso leve.

Mas o primeiro teste, no último sábado, ainda não trouxe o resultado esperado. Em uma luta-treino contra o pai, Igor saiu derrotado. “A gente trocou umas ‘porradinhas’, mas ele ganhou, é claro. O coroa ainda está em forma”.