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Como os Warriors podem voltar a vencer e evitar virada histórica dos Cavs

"Splash Brothers" precisam melhorar para liderar o bicampeonato dos Warriors - Thearon W. Henderson/Getty Images/AFP
"Splash Brothers" precisam melhorar para liderar o bicampeonato dos Warriors Imagem: Thearon W. Henderson/Getty Images/AFP

Do UOL, em São Paulo

19/06/2016 06h00

O Cleveland Cavaliers conseguiu o que muita gente duvidava: forçar o sétimo jogo contra o avassalador Golden State Warriors após estar perdendo por 3 a 1 na série final da NBA. Mais que isso. Liderados por LeBron James, os Cavs dominaram os Warriors em quadra e incomodaram mentalmente os atuais campeões, que sofreram com excesso de faltas e exclusões de jogadores importantes nas últimas partidas.

Para evitar o que seria uma virada história dos Cavs (nenhum time jamais recuperou-se de desvantagem de 3 a 1 para ser campeão da NBA), os Warriors terão de corrigir erros que se tornaram constantes nos dois últimos confrontos. A seu favor, terá uma das torcidas mais barulhentas da NBA, que certamente lotará a Oracle Arena em Oakland. O UOL Esporte listou 5 questões-chave para Curry e cia. chegarem ao bicampeonato da NBA.

'Splash Brothers' calibrados

Stephen Curry e Klay Thompson definitivamente ainda não mostraram tudo que sabem nestas finais da NBA. E chegou a última chance. O MVP (Jogados Mais Valioso) da temporada tem média de 23,5 pontos, 4,8 rebotes e 4 assistências contra os Cavs – muito abaixo do que vinha fazendo antes dos playoffs.

Já Thompson tem contribuído em média com 20,5 pontos, 3,2 rebotes e 1,8 assistências e oscilado nas finais. Cada um fez um grande jogo até então, mas ainda não tiveram uma daquelas noites em que os dois estão com a pontaria afiada. Assim, precisarão mais do que nunca justificar a alcunha de "Splash Brothers".

Frear Kyrie Irving e LeBron James

Talvez seja a mais difícil das tarefas dos Warriors. Mesmo caso fique com o vice-campeonato, LeBron James será lembrado por uma das maiores séries finais de um jogador na história da NBA. Ele lidera todos os principais fundamentos das finais e fez 82 pontos somados nos dois últimos jogos para recolocar os Cavs no páreo. James continua imparável na transição em velocidade, mas seus chutes de longe também têm caído, inclusive as bolas de três, dificultando muito a tomada de decisão da marcação. Sem contar o festival de tocos e enterradas.

Ao seu lado, sem poder ser chamado de coadjuvante, está Kyrie Irving, que vem ofuscando Curry no mano a mano e soma 27,3 pontos em média nas finais. Com decisões mais maduras, o armador dos Cavs tem esbanjado habilidade nos “crossovers” e cumpre papel fundamental na criação de espaço para LeBron. Parar a dupla, ou pelo menos freá-la, é um dos caminhos da vitória para os Warriors. Fácil, né?.

Coadjuvantes pontuando

O fato de o campeão olímpico e mundial Andre Iguodala ter sido escolhido o MVP das últimas finais da NBA diz muito sobre a importância dos coadjuvantes na dinâmica de jogo dos Warriors. E um deles tem deixado a desejar: Harrison Barnes. Titular de Steve Kerr, o ala-pivô soma média de 9,2 pontos por jogo contra os Cavs e tem se apresentado aquém do esperado em Oakland.

Além dele, o próprio Iguodala, que tem papel fundamental na marcação de Lebron James, não lembra o jogador que foi eleito o mais importante da decisão no ano passado. Tem faltado principalmente mais agressividade no ataque. Além da melhora ofensiva de Barnes e Iguodala, os Warriors precisam que Leandrinho e Shaun Livingston, por exemplo, continuem na mesma toada trazendo importantes pontos do banco.

Proteger bem o garrafão

A última partida foi sintomática da falta que faz um grandalhão do porte de Andrew Bogut, fora das finais com lesão no joelho, em torno do garrafão dos Warriors. Só no primeiro período do jogo 6, o pivô dos Cavs Tristan Thompson pegou mais de 10 rebotes, fundamento no qual é especialista.

Assim, o técnico Steve Kerr precisa encontrar um meio de proteger seu aro, principalmente quando Iguodala e Green saírem do garrafão para marcar LeBron James. Neste sentido, o brasileiro Anderson Varejão ou mesmo o nigeriano Festus Ezeli podem ser um dos pontos-chave para o bicampeonato.

Não cair no jogo mental dos Cavs

Não há como negar a força mental do Golden State, time que venceu 73 de 82 partidas na temporada regular, algumas delas no segundo ou cesta final. Mas também é inegável que os jogadores do Cleveland “entraram na cabeça” dos atuais campeões nas últimas partidas da série. Principalmente LeBron James.

Primeiro, no jogo 4, Draymond Green recebeu falta flagrante e foi excluído da partida após ensaiar soco nos “países baixos” de James. Reincidente, estourou o limite de exclusões e ficou fora da partida seguinte. Depois, no jogo 6, foi a vez de Stephen Curry ser excluído (e pela primeira vez na carreira!) por jogar seu protetor bucal nos torcedores dos Cavs logo após cometer sua sexta falta da partida em… LeBron. De todo modo, se voltar a “perder a cabeça” contra os Cavs, os Warriors podem pagar caro com o vice-campeonato.