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Ex-pivô Marquinhos critica a falta de comprometimento dos craques da NBA

Mauricio Stcycer

Crítico do UOL

05/07/2011 15h43

Craque numa época em que o basquete brasileiro era respeitado, Marcos Abdalla, o Marquinhos, jogou pela seleção brasileira por 16 anos, entre as décadas de 70 e 80. Disputou quatro Mundiais (foi vice em 1970), três Jogos Olímpicos, quatro Pan-Americanos (campeão em 71) e cinco Sul-Americanos (ganhou em 71, 73 e 83). Fora os inúmeros títulos pelos clubes que defendeu, no Brasil, na Itália e nos Estados Unidos.

LEANDRINHO PEDE DISPENSA E SPLITTER SERÁ UNICO DA NBA NA SELEÇÃO

A lista de desfalques do Brasil para o Pré-Olímpico de basquete parece não ter fim. Na última segunda-feira à noite foi a vez de Leandrinho pedir dispensa da seleção. Com isso, Tiago Splitter será o único jogador da NBA que tentará levar o Brasil de volta aos Jogos Olímpicos.

Em maio, convidei Marquinhos para ser entrevistado por meus alunos do curso de pós-graduação em Jornalismo Esportivo da Faap. O encontro ocorreu no dia 24 e durou aproximadamente uma hora.

Simpático, gentil, o ex-jogador respondeu a dezenas de perguntas, tanto sobre a situação atual do basquete brasileiro quanto sobre o seu passado. Questionado sobre os jogadores da NBA que atuam na seleção, Marquinhos disse:

“Temos que ter comprometimento. Hoje, o país tem grandes nomes do basquetebol que não estão envolvidos. O Nenê (pivô do Denver Nuggets) que seria uma peça importante, não tem comprometimento com o país. O Leandrinho (ala-armador do Toronto Raptors) também já disse que está com um probleminha e que talvez não possa jogar... Quer saber a verdade? Dá vontade de esganar.”

Marquinhos contou que depois de atuar três temporadas no basquete universitário americano teve a oportunidade de jogar na NBA. Mas, se aceitasse, teria que abrir mão de jogar pela seleção brasileira. Abriu mão da proposta. “O jogador profissional não podia defender a seleção, mas o compromisso com o país venceu”.

Os tempos são outros, naturalmente. O basquete brasileiro está em péssima situação e a culpa não é dos jogadores que atuam na NBA, mas dos muitos anos de administração ruinosa. Em todo o caso, não deixa de ser chocante ver, como previu Marquinhos em maio, a “banana” que Nenê e Leandrinho acabam de dar para a seleção.