JPMorgan e State Street deixam coalizão climática; BlackRock reduz parte

Dois dos maiores gestores de ativos do mundo, JPMorgan Chase & Co e State Street, anunciaram ontem (15) sua saída da Climate Action 100+, uma coalizão global de investidores que pressiona empresas emissoras de gases de efeito estufa a descarbonizarem suas operações. Ao mesmo tempo, a BlackRock, afirmou ter transferido sua participação para uma divisão internacional, limitando seu envolvimento.

As decisões retiram quase US$ 14 trilhões em ativos totais dos esforços para coordenar ações de Wall Street contra as mudanças climáticas e ocorreram após a coalizão pedir aos signatários que adotassem medidas mais rigorosas contra as empresas poluentes. O foco da organização são 170 empresas, com valor de mercado somado de cerca de US$ 10,3 trilhões. As brasileiras JBS, Petrobras, Suzano e Vale fazem parte da lista.

Outras gestoras americanas como Goldman Sachs, Invesco e Pimco continuam na coalizão, de acordo com o jornal Financial Times.

As empresas do setor financeiro enfrentam crescente pressão de políticos republicanos dos EUA contrários à pauta ESG, com acusações de violação de leis antitruste ou dever fiduciário. Mas nenhuma das empresas citou motivos políticos para a saída.

Um porta-voz da State Street, que gerencia US$ 4,1 trilhões, afirmou que as novas prioridades estabelecidas pelo CA100+ ameaçavam sua capacidade de agir de forma independente.

Agora, a coalizão quer pressionar as empresas para reduzirem de fato suas emissões, visando a redução das emissões líquidas a zero até 2050.

O braço de fundos do JPMorgan afirmou que decidiu não renovar sua adesão ao CA100+ após desenvolver suas próprias estratégias de gestão de riscos climáticos. A BlackRock afirmou que não faz mais parte do CA100+, mas transferiu sua adesão para a BlackRock International.

Antes dessa decisão, 13 empresas haviam deixado o CA100+ ao longo dos anos, mas seu número total de integrantes cresceu para mais de 700 empresas, incluindo 60 novas que se juntaram no outono passado, segundo um porta-voz.

Uma ausência notável é a da Vanguard, segunda maior gestora do mundo, que nunca aderiu e, no final de 2022, saiu de outra iniciativa climática, a Net Zero Asset Managers (NZAM). A Vanguard também citou preocupações com independência, assim como várias seguradoras que saíram de uma organização irmã.

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