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Na Hungria, escolas públicas têm móveis ecológicos com painel solar e wi-fi

O "City Snake", um banco ao ar livre que se estende por 7,5 metros, no dia de sua inauguração na escola primária Rózsahegyi Kálmán - Divulgação/Escola primária Rózsahegyi Kálmán
O 'City Snake', um banco ao ar livre que se estende por 7,5 metros, no dia de sua inauguração na escola primária Rózsahegyi Kálmán Imagem: Divulgação/Escola primária Rózsahegyi Kálmán

Maiara Marinho

Colaboração para Ecoa, em São Paulo

27/05/2022 06h00

Em um dia de novembro de 2019, uma escola pública da Hungria estava em festa. As crianças cumprimentaram os convidados com poemas e canções e até o prefeito da cidade esteve presente. O motivo da comemoração era a chegada de um mobiliário "inteligente" criado pela empresa húngara Hello Wood. A escola primária Rózsahegyi Kálmán, assim como outras 13 em todo o país, haviam sido selecionadas em um concurso para ganhar o enorme móvel.

Feitos de madeira e com placas solares que lhes permitem iluminar o ambiente, rotear wi-fi e oferecer tomadas USB para recarregar o celular — tudo isso enquanto servem como banco para os alunos —, as criações passaram a habitar o pátio externo das escolas.

Esses móveis estão disponíveis em dois formatos (cada escola recebeu somente um deles). O "Fluid Cube" é uma estrutura na forma de cubo com duas bancadas paralelas e um teto para proteger da chuva. Já o "City Snake" é um banco ao ar livre que se estende por 7,5 metros fazendo curvas como se fosse uma cobra.

escola - Divulgação/Escola primária Rózsahegyi Kálmán - Divulgação/Escola primária Rózsahegyi Kálmán
O 'City Snake', um banco ao ar livre que se estende por 7,5 metros, no dia de sua inauguração na escola primária Rózsahegyi Kálmán
Imagem: Divulgação/Escola primária Rózsahegyi Kálmán

"O objetivo do projeto é integrar a eficiência energética e a sustentabilidade nos tópicos do dia a dia das gerações mais jovens e apoiar o desenvolvimento inovador de várias instituições de ensino com soluções inteligentes", diz um boletim publicado no site da escola.

O começo de tudo

A Hello Wood foi fundada por estudantes de arquitetura em Budapeste, na Hungria, que queriam criar projetos arquitetônicos sustentáveis e replicáveis para melhorar a qualidade de vida nas cidades. A ideia começou como um pequeno acampamento de verão em 2010, e foi tão bem aceita que logo se transformou em uma empresa e em um festival com mais de 20 universidades e 30 países participando.

"A Hello Wood tornou-se uma empresa de arquitetura aclamada internacionalmente que projeta e constrói desde edifícios ou estruturas de grande escala a cabines minúsculas", contou a Ecoa a gerente de comunicação da empresa, Dalma Köller.

cubo - Divulgação/Hello Wood - Divulgação/Hello Wood
O 'Fluid Cube' é uma estrutura no formato de cubo com duas bancadas paralelas e um teto para proteger da chuva
Imagem: Divulgação/Hello Wood

A empresa tem instalações urbanas espalhadas por diversas cidades da Hungria e fora dela, todas desenhadas com a intenção de criar um ambiente de socialização. "Nossa prática arquitetônica não é apenas a construção de um projeto, mas envolve a comunidade e o espírito, tudo é igualmente importante", explica Dalma. Ela conta que, para os projetos em assentamentos sociais, existe um trabalho preparatório envolvendo sociólogos, antropólogos e comunidades locais.

Consciência ambiental

A sustentabilidade é uma preocupação fundamental para a empresa e, além das placas solares em seus projetos, se reflete também na escolha da madeira como matéria-prima. "Acreditamos na arquitetura sustentável e preferimos a madeira acima de outros materiais, por isso a utilizamos mesmo quando construímos cabines ou edifícios de maior dimensão", explica Dalma. "Nós adquirimos madeira de fornecedores que só compram de florestas controladas e plantadas de práticas sustentáveis."

Para multiplicar essa consciência ambiental e social, a Hello Wood tem um braço educativo que realiza acampamentos de verão e workshops com crianças e adolescentes em diversos países. "Acreditamos verdadeiramente que elevar as gerações vindouras com consciência ecológica é fundamental", afirma a gerente.