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Sem auxílio emergencial, desempregados sobrevivem com apoio de projetos

Projeto Orgânico Solidário - Divulgação
Projeto Orgânico Solidário Imagem: Divulgação

Rayane Moura

Colaboração para Ecoa, de São Paulo

25/01/2021 04h00

"Estou me virando como eu posso, faço bolo de pote e doces para vender, às vezes aparece alguma faxina, mas não está sendo fácil sem o auxílio, a pandemia ainda não acabou, está difícil arrumar emprego e a fome não espera", diz Patricia Silva dos Santos, 30 anos, que atuava como promotora de eventos, uma das categorias mais atingidas pelo desemprego durante a pandemia. Ela é uma dos cerca de 68 milhões de brasileiros cuja principal fonte de renda, em 2020, foi o auxílio emergencial, benefício criado pelo Governo Federal para minimizar os impactos econômicos da pandemia de covid-19 e que chegou ao fim.

Moradora da Zona Leste de São Paulo, Patricia está desempregada desde março, quando a pandemia teve início. Mãe solo de duas crianças de 8 e 4 anos, a sua única fonte de renda é a pensão alimentícia que recebe do pai de seus filhos, no valor de R$ 400,00

Segundo dados do Ministério da Cidadania atualizados até 18 de dezembro, 68,2 milhões de pessoas receberam o auxílio emergencial enquanto mais de 35 milhões tiveram o pedido negado. Foram pagas nove parcelas para cada pessoa: cinco de R$ 600 e quatro de R$ 300, totalizando R$ 230,98 bilhões. Não haverá novos pagamentos neste ano.

Patrícia explica que ao invés de estender o benefício, o mais importante seria o Governo Federal gerar mais empregos. "O que quero é trabalhar para manter meus filhos. Ter um trabalho já estava bom para mim, resolveria todos os meus problemas". Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Covid, do IBGE, divulgados em dezembro de 2020, cerca de 14 milhões de brasileiros procuraram trabalho, mas não conseguiram, uma taxa recorde de 14,2%.

Sem o auxílio emergencial e com o desemprego em alta, ações sociais e a solidariedade de pessoas comuns são essenciais. Assim como as meninas de Patrícia, diversas outras famílias ficaram sem o benefício neste ano, e por isso, dependem desses projetos. Conheça quatro dessas iniciativas de solidariedade e saiba como ajudar quem precisa:


ONG Banco de Alimentos

O Banco de Alimentos atua com o objetivo de minimizar os efeitos da fome e combater o desperdício de alimentos, permitindo que um maior número de pessoas tenha acesso a alimentos básicos e de qualidade - e em quantidade suficiente para uma alimentação saudável e equilibrada.

A ONG faz a coleta dos alimentos excedentes nas empresas e comércios (onde sobra) e distribuí nas instituições sociais atendidas (onde falta) em toda cidade de São Paulo. Com isso, a instituição recolhe alimentos que já perderam valor de prateleira no comércio e indústria, mas ainda estão perfeitos para consumo, e os distribui onde são mais necessários.

Além disso, a ONG também atua realizando ações profiláticas e educativas voltadas às comunidades atendidas, beneficiando as instituições que possuam em seu programa ações de inclusão social; ou empresas que desejem tratar dos assuntos nutrição, desperdício e aproveitamento integral de alimentos.
Como ajudar: No site do Banco de Alimentos você encontra todas as orientações. Entenda melhor o projeto.

UNAS - Heliópolis e Região

A UNAS - União de Núcleos, Associações dos Moradores de Heliópolis e Região, é uma entidade sem fins lucrativos que surgiu em 1978, enquanto comissão de moradores da favela de Heliópolis, que lutava pelo direito à moradia e posse da terra.

Com a missão de "contribuir para transformar Heliópolis e Região num bairro educador, promovendo a cidadania e o desenvolvimento integral da comunidade", durante a pandemia da covid-19, a UNAS centralizou seus esforços para o atendimento nas frentes de distribuição de cestas básicas, gás e produtos de higiene para as famílias. Por isso, a ONG criou a campanha 'Heliópolis no Combate ao coronavírus', com a intenção de levar o básico aos moradores da Favela de Heliópolis e comunidades periféricas do entorno.

Todo esse apoio e empenho para ajudar as pessoas em situação de vulnerabilidade geraram importantes resultados. A campanha realizada pela UNAS já distribuiu 40.924 cestas básicas, além de 228.225 itens de higiene e limpeza, 395.940 máscaras de proteção e 1.921 botijões de gás.

Como ajudar: Depositando qualquer quantia no Banco Caixa Econômica Federal ou pelas plataformas do PicPay, Mercado Pago e Pag Seguro, basta acessar aqui para ter acesso a todos os dados.

Se preferir, você também pode ajudar com doações de itens, basta entrar em contato no telefone (11) 2272-0140 ou (11)2272-0148. Por conta da pandemia da covid-19, a sede central da Unas está funcionando em horário reduzido, sendo das 10h00 às 16h00, de segunda-feira a sexta-feira. O endereço é Rua da Mina Central, 38 - Cidade Nova Heliópolis - São Paulo.

CEU pela Vida

A instituição de assistência social sem fins lucrativos tem como missão acompanhar e zelar por pessoas em situação de vulnerabilidade e exclusão social, principalmente com a distribuição de itens essenciais para sua sobrevivência e independência. Localizado na região da Praça da Árvore, zona sul de São Paulo, o instituto trabalha dia e noite com o apoio de voluntários e parceiros.

Somente em 2019, foram mais de 15 toneladas de alimentos distribuídos para mais de 150 famílias cadastradas. Além disso, são feitas doações de roupas, kits de higiene pessoal, ração, fraldas e brinquedos para as crianças que têm as ruas como seu quintal.

Atualmente são 250 famílias cadastradas, que vivem em situação de alta vulnerabilidade social e também em situação de rua. Esse número representa cerca de 600 pessoas ao todo e por volta de 100 crianças e adolescentes. Para o controle, todas estas famílias são devidamente cadastradas em uma base de dados, e as cestas básicas são distribuídas uma vez ao mês. Com a chegada da covid-19 no Brasil, também são distribuídas todas as sextas-feiras marmitas na região.

Como ajudar: Para contribuir com doação de alimentos, roupas, brinquedos e produtos de higiene, entre em contato no telefone (11) 94519-6377 e procure por Kelly, ou no email ceupelavida@gmail.com, e combine o melhor horário para entrega.

Para depósito de qualquer valor em conta bancária, acesse aqui e confira todos os dados.

Orgânico Solidário

O Orgânico é uma iniciativa solidária, sem fins lucrativos, que leva alimentos frescos e saudáveis, em complemento à cesta básica tradicional, para milhares de famílias em situação de vulnerabilidade social agravada durante a pandemia do covid-19.

A ação destina, semanalmente, centenas de cestas contendo frutas, legumes e verduras produzidas por uma rede de agricultores orgânicos, que neste momento também sofrem o impacto da crise econômica. Cada doação é uma contribuição social, econômica e ambiental, que auxilia famílias em risco de insegurança alimentar, ao mesmo tempo que estimula produtores rurais ligados a uma agricultura orgânica e sustentável.

Orgânico Solidário - Reprodução/Instagram - Reprodução/Instagram
Ação da Orgânico e Solidário no Jardim Colombo, novembro de 2020
Imagem: Reprodução/Instagram

Com as doações, a instituição monta uma cesta com 14 itens variados de legumes, frutas e verduras por R$ 50,00 a unidade. Esse valor é suficiente para cobrir os custos de produto, montagem e entrega, gerando renda para agricultores orgânicos em diversas cidades e alimentação saudável para milhares de famílias em situação de vulnerabilidade social. Para saber mais sobre o projeto e como doar ou ser um voluntário, acesse o site do Orgânico Solidário.