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Família Agnelli reforça domínio sobre Fiat Chyrsler antes de estreia em Wall Street

10/10/2014 11h19

MILÃO (Reuters) - A família Agnelli reforçou seu domínio sobre a Fiat ao assegurar direitos de voto superiores após a fusão da montadora na Fiat Chrysler Automobiles (FCA), conforme documentação enviada à bolsa italiana.

O movimento da holding dos Agnelli, a Exor, para elevar seu poder de voto na FCA, registrada na Holanda, para quase 50 por cento contrasta com o que ocorreu com outras fabricantes europeias de automóveis, nas quais dinastias que controlavam as companhias foram forçados a ceder o controle para garantir a sobrevivência de suas empresas.

A família Peugeot, por exemplo, relutantemente abandonou o controle do grupo francês de mesmo nome neste ano para ganhar necessários investimentos por meio de uma aliança com a chinesa Dongfeng Motor.

Os Agnelli, que controlam a Fiat Chrysler através de uma fatia de 30 por cento detida pela Exor, elevaram seu poder de voto para 46,6 por cento através de um esquema de fidelidade de acionistas implementado como parte da fusão.

Sob o esquema, investidores da Fiat que haviam mantido suas participações por três anos puderam obter dois votos para cada ação que possuíam. A Exor exerceu este direito para todos os seus 375 milhões de papéis, disse um porta-voz da empresa.

De acordo com a Bolsa de Milão, o capital social da FCA totaliza 1,6 bilhão de ações, incluindo ações ordinárias e ações especiais com direito a voto.

O alto poder de voto da Exor mostra que poucos outros acionistas participaram do esquema de fidelidade.

Diante da ocorrência de rumores ao longo dos anos de uma possível saída da família Agnelli do negócio, a Exor repetiu várias vezes que sua participação permanecia um investimento estratégico para a família. No entanto, a empresa sugeriu que poderia estar aberta a diluir sua participação para apoiar o crescimento da montadora.

A FCA fará sua estreia em Wall Street na segunda-feira, com a empresa contando com a fusão e com a listagem nos Estados Unidos para ajudar a pagar o plano de 48 bilhões de euros (61 bilhões de dólares) para aumentar as vendas em 60 por cento e atingir um aumento de cinco vezes no lucro líquido até 2018.

(Por Agnieszka Flak)