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Governo deve desistir de adiar exigência de airbag e ABS

Ministro Guido Mantega deve anunciar que o governo desistiu de adiar exigência de airbag e ABS - Pedro Ladeira/Folhapress
Ministro Guido Mantega deve anunciar que o governo desistiu de adiar exigência de airbag e ABS Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Alonso Soto<br>Jeferson Ribeiro

Em Brasília (DF)<br>Com Redação de UOL Carros, em São Paulo (SP)

16/12/2013 20h18Atualizada em 17/12/2013 10h32

O governo deve anunciar nesta terça-feira (17) que desistiu de adiar a aplicação da exigência de airbag e freios ABS para automóveis nacionais. Além disso, ele deverá reduzir as alíquotas do Imposto de Importação (II) sobre peças e componentes, para amenizar um possível aumento nos preços dos veículos. As informações são de fontes governamentais ouvidas pela Reuters nesta segunda.

Preocupado com uma redução na demanda por carros, o governo considerava adiar as normas de segurança que obrigam as montadoras locais a colocar airbags e sistemas de freios ABS em todos os veículos novos a partir de 2014. "Não haverá adiamento", disse um alto funcionário diretamente envolvido nas negociações, que pediu para não ser identificado.

"Grande parte do impacto (nos preços) já aconteceu neste ano, o seu efeito será marginal em 2014. Vamos reduzir o Imposto de Importação para peças e equipamentos relacionados a 2%", completou. Outra autoridade do governo com conhecimento do assunto confirmou a decisão.

Atualmente, 60% dos carros fabricados no Brasil tem airbags e freios ABS.

As alíquotas do Imposto de Importação de autopeças e equipamentos variam atualmente entre 14% e 18%, de acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comercio Exterior.

MELHOR NÃO ARRISCAR
Carros mais caros poderiam impactar as vendas em um momento em que o governo da presidente Dilma Rousseff luta para alavancar a economia e reduzir a inflação, a menos de um ano antes da eleição presidencial.

O governo aumentou as tarifas sobre carros importados e reduziu os impostos para as montadoras locais para manter em alta um dos únicos motores restantes da indústria brasileira -- e que demanda grande volume de mão-de-obra.

O mercado de automóveis do Brasil tem sido chave para as maiores montadoras do mundo nos últimos anos. Além de investimento das quatro grandes, BMW, Audi, Mercedes e até Land Rover anunciaram recentemente que fabricarão no país.