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Desfile no posto: quanto custa para abastecer tanques para o 7 de Setembro

Tanque M60 do Exército Brasileiro - Divulgação
Tanque M60 do Exército Brasileiro Imagem: Divulgação

Julio Cabral

Do UOL, em São Paulo

04/08/2022 04h00Atualizada em 04/08/2022 15h33

Tradição nas comemorações do feriado de 7 de Setembro, os desfiles dos veículos das Forças Armadas devem voltar a ocorrer neste ano após dois anos de cancelamentos devido à pandemia de covid-19. As festividades deste ano, que devem ser realizadas em Brasília e no Rio de Janeiro, comemoram o bicentenário da Independência e têm sido utilizadas pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) para incitar seus apoiadores a manifestações contra TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e STF (Supremo Tribunal Federal).

Diante da proximidade dos eventos e em um momento em que o preço do diesel ultrapassa valores cada vez maiores, a dúvida que fica é: qual é o consumo e quanto custa abastecer os veículos blindados - chamados oficialmente de carro de combate, mas chamados popularmente de tanques.

Não são dados técnicos tão fáceis de se obter. Procurado pelo UOL Carros, o Exército Brasileiro se limitou a dizer que o "Dia da Independência do Brasil - 07 de Setembro é uma data cívica, onde a Nação celebra a independência do País. Assim, as comemorações em geral são programadas e organizadas pelos governos municipais e/ou estaduais. O Exército Brasileiro participa auxiliando na organização e realizando os desfiles militares nas diferentes guarnições (cidades) em que está presente".

Foi necessário recorrer a documentos criados por especialistas de instituições militares, como também ao precioso material feito pelo especialista Expedito Carlos Stephani Bastos, autor de livros sobre carros de combate, entre eles o "Engesa EE-9 Cascavel - 40 anos de combates 1977 - 2017, Coleção Blindados no Brasil, número sete".

Há vários modelos diferentes, alguns mais populares do que outros. Nem todos utilizam as famosas lagartas para se locomover, uma vez que há outros que se valem de rodas convencionais.

É o caso do Iveco Guarani, modelo construído em Sete Lagoas (MG) e que já conta com mais de 500 unidades entregues ao Exército. Embora tenha divulgado esse número na época do lançamento do veículo de transporte de tropas, a seção de defesa da marca italiana afirmou que não poderia ajudar a reportagem. Afirmou que as informações não poderiam ser passadas, dado que isso seria restrito ao Exército.

De qualquer forma, são 2,3 km/l em estrada - a situação mais econômica possível -, enquanto o seu reservatório de combustível comporta 270 litros. Ao levar em consideração o preço médio do diesel de R$ 7,42, pesquisado pela Agência Nacional do Petróleo, o valor de abastecimento total chega a R$ 2.003.

Iveco Guarani do Exército Brasileiro - Divulgação - Divulgação
Iveco Guarani do Exército Brasileiro
Imagem: Divulgação

O Guarani complementa e substitui os antigos Engesa EE-9 Cascavel, blindado que também conta com seis rodas e foi desenvolvido nacionalmente. O consumo é parecido com o do veículo mais moderno: 2,25 km/l e comporta até 390 litros de diesel, reservatório que demanda polpudos R$ 2.854.

Ainda no campo de veículos de transporte de tropas, há o M113, um clássico movido por meio de lagartas. Ele faz uma média de 1,8 km/l na estrada e tem tanque de 360 litros, o que exige R$ 2.635 para completá-lo. Vale reforçar que o uso em estrada é um dos mais econômicos possíveis e que tudo pode mudar em outras situações de terreno.

Os tanques pesados consomem mais e demandam mais dinheiro para serem abastecidos. Os alemães Leopard 1A1 e 1AT - sua versão aperfeiçoada - contam com o mesmo depósito de 985 litros, mas variam em consumo. O primeiro atinge 0,4 km/l, enquanto o segundo faz 0,6 km/l, respectivamente. O custo total de reabastecimento chega a R$ 7.210.

Para fechar a lista, o tanque pesado norte-americano M-60A3TTS também tem um reservatório respeitável. São 1.400 litros para cobrir os 0,3 km/l na estrada, algo que eleva o ato de completar a R$ 10.248.

Claro que os preços são baseados nos pesquisados nos postos, então o Exército pode pagar um valor diferente. Também é importante levar em consideração que os veículos que participam do desfile não têm necessariamente que ser abastecidos até o limite para rodar.

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