Posso comprar um blindado militar? Veja quem tem autorização e quanto custa
O uso de um veículo blindado Guarani pelo Exército para proteger instalações militares em Guarapuava (PR), em abril deste ano, chamou a atenção para a potência e segurança do blindado. Se a blindagem de veículos por si só já é algo restrito, imagine um desse tipo do Exército.
Mas será que é possível ter um veículo militar desse tipo ou ele é restrito às Forças Armadas?
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O Guarani é classificado como Viatura Blindada para Transporte de Pessoal (VBTP), ou seja, existe com o objetivo de deslocar tropas em missões de patrulhamento ou combates armados, não dá para sair com um desses no dia a dia pela cidade.
Ao todo, foi feito um lote de 280 unidades pela multinacional Iveco, que é subsidiária da Fiat, com participação de engenheiros do Exército brasileiro.
Os veículos são fabricados sob encomenda através de contrato firmado entre a fabricante e as Forças Armadas. No Brasil, o uso é exclusivo para o combate, e não se tem notícia de nenhum blindado militar de grande porte que tenha ido a leilão.
Em agosto de 2012, o valor estimado de cada unidade era de US$ 240 mil (pouco mais de R$ 1 milhão, aproximadamente).
Contudo, em outros países, como nos Estados Unidos, uma empresa especializada na fabricação de veículos blindados e de segmento militar decidiu fazer uma linha voltada para uso civil.
O modelo EV3-F4, um tanque de guerra, chega a custar US$ 575 mil. Diferente dos veículos brasileiros, o tanque de guerra norte-americano foi feito para o uso recreativo e comporta até quatro pessoas em um passeio.
Com fabricação iniciada em 2008 e entrega em 2014, o Guarani tem unidades sendo operadas no Líbano, Filipinas e Gana, mas a maior quantidade está nas unidades militares no sul do Brasil.
O modelo usado em Guarapuava é um blindado que veio para substituir os anteriores, Cascavel e Urutu, ambos de fabricação nacional e de uso exclusivo do Exército.
Seus antecessores foram usados no Brasil, mas também em países do Oriente Médio, da África e da América Latina. A produção foi interrompida em 1993.
A substituição pelo Guarani veio em 2014, com a missão de incorporar atributos dos anteriores e oferecer maior resistência e segurança. Com 11 lugares, o Guarani tem 7,1 metros de comprimento, 1,6 de altura e 2,8 de largura.
O Guarani é revestido por aço balístico e tem capacidade de resistir a tiros de fuzil 762 perfurante. É o primeiro veículo blindado fabricado no país com proteção antiminas, e sua base suporta até 6kg de explosivo.
A velocidade máxima atingida é de 95 km/h e pesa cerca de 18 toneladas.
No ataque ocorrido em Guarapuava, o carro blindado Guarani foi usado para transportar militares para reforçar a segurança de instalações de administração militar fora do quartel. Ele tem capacidade de transportar até 11 militares a salvo de tiros de fuzis ou explosões de granadas.
Como também pode ser usado na água, quando atinge velocidade máxima de 9 km/h, o Guarani é classificado como veículo anfíbio. Uma nova versão 8x8 já está em estudos para desenvolvimento.
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