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De Corolla Cross a Strada: 8 gambiarras que viraram soluções em carros

Toyota Corolla Cross recebeu "gambiarra" para tentar esconder escapamento - Murilo Góes/UOL
Toyota Corolla Cross recebeu "gambiarra" para tentar esconder escapamento Imagem: Murilo Góes/UOL

Fernando Garcia

Colaboração para o UOL

06/02/2022 04h00

Ao lançar um veículo, é necessário muita pesquisa e um investimento pesado que pode custar milhões à fábrica. No entanto, alguns problemas ou adaptações para o mercado local às vezes pode ser um baita tiro no pé e até manchar a imagem da empresa.

Isso pode acontecer devido a soluções imediatistas e baratas às fábricas, o que nem sempre é bem visto pelos clientes que chegam a desembolsar mais de R$ 100 mil em um veículo.

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Com base nisso, listamos oito gambiarras polêmicas que já foram adotadas por montadoras no Brasil.

1-) Escapamento do Corolla Cross

Marmita escapamento polêmico Toyota Corolla Cross Jorge Moraes - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

Durante o lançamento de um dos modelos mais aguardados da Toyota, o Corolla Cross, SUV com base no sedã lançado em março de 2021, foi idealizado para entrar na disputa em um dos segmentos que mais cresceu nos últimos anos.

Com preço bastante alto e competitivo, na faixa de R$ 140 mil, até que o público reagiu bem no início, mas uma parcela dele não poupou esforços para criticar o abafador traseiro tipo "marmita" que destoava do conjunto estético.

A solução adotada pela fábrica? Simples: borrifar uma lata de spray de tinta preta fosca e acabaram-se os problemas. Não mesmo! A economia exacerbada foi ao ponto de pintar apenas a parte aparente do abafador, o que deixou o público ainda mais indignado.

2-) Chevrolet Celta

Chevrolet Celta 6 - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Mesmo não tendo adaptações visíveis, o Celta, lançado em 2000, originou-se do projeto Blue Macaw (Arara-Azul) da montadora Chevrolet, e nada mais é do que um Corsa. Seu projeto remonta de 1983, através da plataforma do Corsa A, lançado pela Opel naquele ano e que nunca chegou a ser comercializado oficialmente no mercado brasileiro.

O motor, por sua vez, também era antigo e aproveitado do Corsa Wind, lançado em 1994 no Brasil. Idealizado para ser um modelo de entrada, a GM fez com que as adaptações chegassem até na coluna de direção deslocada para a esquerda, igual a do Chevette.

3-) Ford Ka

Ford Ka - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Por aqui ele surgiu em 1997, quando o segmento de populares ia de vento em popa. No Brasil entrava para o segmento de subcompacto. Já a partir da segunda geração do modelo brasileiro, passou a ser um compacto, mas alguns traços do modelo originais ainda perdurariam nessa geração.

Enquanto que na Europa, o Ka era totalmente renovado, por aqui era uma espécie de Frankestein sobre rodas, ou como os piadistas gostam de chamá-lo, "franKAstein". Isso devido à alusão ao reaproveitamento de peças do antigo Ka (portas e para-brisa) e parte da estrutura da picape Courier, tudo em nome da boa e velha gambiarra nacional.

4-) Volkswagen Fox

O Fox surgiu como um projeto inovador e com aproveitamento de espaço interno. Uma das sacadas na época foi o sistema de rebatimento do banco traseiro, que propiciava aumentar o espaço interno para quem viajava no banco traseiro.

O acesso era feito pelo porta-malas por meio de uma complicada alça presa em uma argola que, quando puxada, liberava a trava do banco permitindo o rebatimento do banco corrediço.

Não demorou muito para surgir os primeiros relatos de dedos decepados. A solução foi anunciar um recall para a instalação de um simples anel de borracha fixado sobre a argola. Assim, os usuários não colocariam o dedo na argola.

5-) Grade do Fiorino

Fiat Fiorino 2022 - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

A Fiorino, lançada no final de 2021, chegou com a frente reestilizada com novos faróis, para-choques, logomarca e capô, mas um olhar mais atento neste último item mostra uma lâmina plástica instalada nele.

O motivo? Para economizar com novas chapas no setor de estamparia da fábrica da Fiat devido ao recorte arredondado do logotipo antigo, a marca optou por camuflá-lo com uma peça instalada na ponta do capô - e isso ajudou a economizar alguns trocados com a nova peça. Uma economia nada convincente para quem desembolsou a quantia de R$ 99.990 pelo carro.

6-) Lanterna do Corolla

Toyota faz recall do Corolla 2010 e 2012 por falha no airbag dianteiro - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Na linha 2010 do Corolla, a Toyota tratou de dar um tapinha no visual, considerando que o modelo fora lançado em 2008. Até aí tudo bem, considerando que faz parte da estratégia das montadoras em seus produtos para manter a atualização estética e, com isso, a preferência dos consumidores.

Uma dessas mudanças ocorreu no recorte das lanternas traseiras, que passaram a ficar mais afiladas. A reestilização, por consequência, estendeu ao recorte do para-choque, mas a tampa traseira, na verdade, era a mesma do modelo anterior. Assim, para evitar mais custos e preencher o buraco da lanterna maior, a marca preencheu com uma faixa branca translúcida para tapar o vão.

7-) Lanterna do Peugeot Hoggar

Peugeot Hoggar X-Line - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

A Hoggar foi uma picape leve lançada pela Peugeot em 2009 e que seguiu no mercado brasileiro até 2014. Um projeto que não deu muito certo por aqui devido a inúmeros problemas de durabilidade das peças, como o do conjunto da suspensão como batentes, buchas, pivôs e até coxins do motor - falhas que ocorreram com unidades novas na época, em alguns casos com quilometragem abaixo de 7.000 km.

Outros problemas reportados citam a direção hidráulica com vazamento e defeito no compressor do fluido. No entanto, a estranheza começou com a lanterna traseira vinda do 1007 RC, uma minivan datada de 2004.

8-) Solda na cabine dupla de duas portas da Fiat Strada

A Fiat Strada, lançada em 1998, sempre inovou não só pelo seu visual jovem, mas também pela versatilidade e variações como a oferta da cabine estendida, bloqueio do diferencial, versão esportiva e por aí vai. Mas, sem dúvida, a inovação que mais marcou a trajetória da picape média da marca italiana foi a variante cabine dupla de duas portas, em 2009.

A versão foi uma adaptação da cabine simples e, por isso, havia uma emenda na carroceria, mas que foi escondida com um aplique plástico para não prejudicar a estética. Mesmo assim, não havia como não perceber de que se tratava de uma simples maquiada, mas que nem por isso manchou a sua imagem.

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