Soneca na Imigrantes? Motorista de Tesla explica vídeo que viralizou

Na semana passada, viralizou nas redes o vídeo do motorista de um Tesla Model 3 aparentemente dormindo, com o banco recostado e sem as mãos no volante, enquanto o carro trafegava na Rodovia dos Imigrantes, em São Paulo.

Conversamos com o empresário Rafael Zamarian Leonhardt, de 43 anos, proprietário do Model 3 e que estava no banco do motorista quando o vídeo foi gravado, na manhã do dia 16 de novembro, já se aproximando da chegada à capital paulista. Morador de Santos, ele nega que estivesse tirando uma soneca na ocasião.

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"De fato, o Autopilot estava ligado e o banco reclinado, mas nunca deixei de olhar para a rodovia. Tanto que, pouco antes, eu tinha acenado para o outro veículo, um caminhão guincho, cujo motorista fez o vídeo com o celular. Ele estava acompanhado por uma mulher com criança no colo".

Leonhardt diz que, na empolgação, o condutor do caminhão chegou a se aproximar perigosamente do Tesla, fazendo com que o empresário reassumisse a direção e trocasse de faixa, para se afastar e evitar um possível acidente.

Rafael acrescenta que estava sozinho no veículo e, ao contrário do que muitos pensam, carros como o seu exigem que um humano tome o comando depois de algum tempo.

"Se você mantiver as mãos afastadas do volante, em menos de um minuto começam a pipocar alertas visuais e sonoros, orientando a retomar a condução. Se os avisos forem ignorados, o Autopilot faz com que o veículo comece a reduzir a velocidade até parar no acostamento, se estiver disponível. Tem muita história fantasiosa, de gente que não sabe como a tecnologia funciona".

Vale destacar que automóveis 100% autônomos ainda não existem, tampouco são regulamentados. Portanto, mesmo os carros fabricados pela empresa de Elon Musk exigem que um humano mantenha a atenção na pista e esteja pronto para assumir a direção em caso de necessidade.

Tesla foi comprado há dois anos e já rodou 60 mil km

Leonhardt, que trabalha com a importação de máquinas gráficas digitais, conta que adquiriu seu Model 3 Performance, equipado com um motor em cada eixo e capaz de render mais de 400 cv, em 2019. O veículo foi adquirido de segunda mão de um amigo, já com 1.100 km rodados. Ao fechar negócio, vendeu seu Nissan Leaf e recorreu a um financiamento para bancar a aquisição.

Hoje, após mais de dois anos de uso intensivo, o hodômetro já marca 62 mil km e ele nem pensa em trocar de carro - o Tesla é seu único veículo.

"Não é um carro barato, mas o que você deixa de gastar com gasolina e a tecnologia embarcada compensam e muito o investimento. Eu uso o Autopilot direto, tanto na estrada quanto na cidade. Aqui, o sistema não traz funcionalidades disponíveis nos Estados Unidos, como a navegação semiautônoma por GPS até o endereço escolhido. Contudo, essa tecnologia permite fazer coisas que não vi em outros carros, como mudar a faixa ou entrar ou sair de uma rodovia ao dar seta", explica.

O empresário acrescenta que os recursos semiautônomos, no fim das contas, elevaram a segurança a bordo e não o contrário: ele ajusta a velocidade do "piloto automático" 10 km/h abaixo do limite e conta com as câmeras e os sensores do Tesla como guardiões para reduzir o risco de acidentes.

O fato de o carro ser elétrico também condicionou o empresário a ajustar seu estilo de condução de forma a ampliar a autonomia, embora seu Model 3 seja capaz de acelerar de zero a 100 km/h em pouco mais de 3 segundos.

"Com o pé leve, já consegui autonomia de 450 km. Moro em Santos, porém a maioria dos meus clientes está na capital e no interior do Estado. Para meu uso diário, que inclui rodagem em rodovias como a Imigrantes, o carro me atende perfeitamente, fazendo a recarga à noite".

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