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Como 'vassoura voadora' de Harry Potter virou nova opção de mobilidade

Simone Machado

Colaboração para o UOL

19/11/2020 04h00

Você já imaginou encontrar alguém voando em uma vassoura como Harry Potter? A situação, que pode parecer estranha, é uma realidade em Belo Horizonte. Isso porque um inventor criou uma veículo inspirado nos filmes e não raramente é visto pelas ruas da cidade usando esse meio de transporte inusitado.

Para criar a "vassoura voadora", Alessandro Russo, de 28 anos, utilizou um monociclo elétrico com um "adaptador". O aparelho mede 51 cm de comprimento e é feito de aço-carbono com pintura eletrostática. Nele é acoplada a "vassoura" que é feita de madeira, piaçava, palha e se encaixa a um suporte de ferro. Ela vem com um pequeno assento de selim, que é removível para que o piloto possa ajustar e ficar confortável de acordo com sua altura. O equipamento suporta até 120 quilos.

O funcionamento é simples, funciona como um hoverboard ou um monociclo elétrico comum. Para acelerar basta inclinar o corpo para frente, sendo que o veículo freia com o movimento oposto. Dependendo do modelo do monociclo, é possível atingir uma velocidade de até 60 km/h.

"Comecei esse projeto em janeiro, depois de ver um vídeo onde duas crianças, andando de hoverboard, brincavam com um cavalinho de madeira entre as pernas. Como gosto muito de Harry Potter e sei que tem fãs que sonham em pilotar uma vassoura como o personagem, pensei que seria legal colocar uma vassoura em um sistema parecido com o hoverboard, que no caso foi o monociclo elétrico", explica o inventor.

Com a ajuda de um amigo o protótipo da vassoura começou a ser desenvolvido. Depois de alguns meses começaram as fases de testes em que seis pessoas passaram a usar o meio de transporte. Por enquanto, as quatro vassouras foram produzidas e passeiam pelas ruas da capital mineira. Elas são as de Alessandro e sua equipe.

Vassoura voadora Harry Potter - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Para custear o projeto, Alexandre criou uma campanha de financiamento coletivo no Kickstarter - site internacional de financiamento coletivo que busca apoiar projetos inovadores - e arrecadou quase US$ 2 mil. A repercussão no Brasil foi tão boa que o inventor encerrou o financiamento e passou a investir na produção nacional do equipamento.

As vassouras voadoras já estão sendo produzidas e a expectativa é que no próximo ano ela comece a ser comercializada para as regiões Sul e Sudeste, inicialmente. A venda será feita através de marketplace.

Pilotando as vassouras pelas ruas

Vassoura voadora Harry Potter - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

É autorizado andar com os monociclos pelas ruas. Mas subir na vassoura e sair por aí não é tão simples como parece. Para guiar o equipamento é preciso equilíbrio, habilidade e treino.

"No começo é um pouco complicado se equilibrar e conseguir fazer o jogo corporal para o monociclo andar para frente, para trás e frear. Mas se a pessoa praticar diariamente, em três ou quatro dias já consegue andar bem e percorrer distância de uns 100 metros", explica Alessandro.

Segundo o inventor, a experiência de andar na 'vassoura voadora' é única e quem já experimentou aprovou a novidade.

"A sensação é muito parecida com você estar voando. É como se você voasse baixinho, é algo único, não tem nada parecido", acrescenta.

Esporte sobre "vassouras voadoras"

No quadribol, atacante precisa passar a bola pelos aros do adversário - Michael E. Mason Photography/ Facebook.com/MichaelEMasonPhotography - Michael E. Mason Photography/ Facebook.com/MichaelEMasonPhotography
Imagem: Michael E. Mason Photography/ Facebook.com/MichaelEMasonPhotography

Na saga Harry Potter, o bruxo e seus amigos praticam o quadribol, esporte que é uma mistura de handebol, queimada e rúgbi. Para a prática, eles usam suas vassouras voadoras.

No Brasil, muitos fãs acabaram adaptando o esporte e disputam partidas correndo em campos "montados" em vassouras.
Alessandro pretende melhorar esse esporte com suas vassouras voadoras. Para isso, ele e os amigos já estudam, inclusive, modificar algumas regras.

"Queremos que o quadribol passe de uma brincadeira e se torne um esporte reconhecido. Estamos criando regras e mudando algumas outras e tem tudo para dar certo. Ao invés de os jogadores correrem com as vassouras entre as pernas, queremos que eles usem as vassouras voadoras, como no filme", conta.