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'Classe A invocado' e carro de R$ 1,2 mi: testamos a linha AMG da Mercedes

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Imagem: Divulgação

Fernando Miragaya

Colaboração para o UOL

30/11/2019 04h00

Fim de ano é tempo de se divertir. E a Mercedes-Benz proporcionou isso com a possibilidade de andar em parte de sua linha AMG em um circuito fechado. Pena que a experiência foi tão rápida quanto a performance dos modelos de sua divisão esportiva.

Isso porque só pude dar uma mísera volta nos endiabrados carros no circuito da Fazenda Capuava, na região de Campinas (SP). Pelo menos, serviu para se ter um contato com dois recentes lançamentos e em extremos: o AMG A35 4Matic e o estonteante AMG GT C Roadster.

Pequeno notável

Mercedes-AMG A 35 4MATIC - Divulgação - Divulgação
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Começo pelo Classe A esportivo, em um amarelo nada discreto e bastante apropriado para a proposta do modelo. Trata-se do AMG mais manso e mais barato, por assim dizer. Custa R$ 279.900 com motor 2.0 quatro cilindros turbo de 306 cv e câmbio de dupla embreagem e sete marchas - o Speedshift DCT 7Gtronic.

Esse conjunto faz um "estrago" no citadino Classe A ao qual estamos mais habituados. O novo AMG A35 tem controle de largada e já na saída dos boxes do circuito dá uma amostra do que está por vir. No modo de condução Sport+, o modelo dá divertidos trancos a cada mudança de marcha.

Logo tem a primeira curva "cotovelo", ao pisar forte no freio, pequenos estalos e as reduções pontuadas já sugerem a diversão. Retomadas, curva para lá e para cá, e não tem como fugir do lugar-comum: o Classe A nervoso parece um kart.

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A suspensão tem acerto firme e ajuda a manter o modelo grudado no asfalto. A cada cantada de pneu, a carroceria torce o mínimo perceptível. A direção é precisa no modo Sport+ e obedece bem aos comandos do motorista.

A tração variável 4Matic também contribui para essa performance. A tração original é dianteira, mas o sistema distribui a força entre os eixos automaticamente, podendo chegar a 50% no traseiro.

Neste modo de condução o carro trabalha só em giros altos. Só que abaixo das 2.000 rpm é pisar que o A35 se manifesta da melhor forma possível. São mais de 40 kgfm de torque para o seu bel-prazer.

Na pequena reta disponível, o velocímetro chega fácil perto dos 200 km/h. Segundo a Mercedes, o 0-100 km/h é feito em 4,7 segundos. Já a máxima é limitada eletronicamente em 250 km/h.

GT C Roadster

GT C Roadster - Divulgação - Divulgação
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Hora de passar para o cobiçado AMG GT C Roadster. Tenho na mão um brinquedo que precisaria trabalhar um bom tempo (bota tempo nisso) para tê-lo na garagem. O conversível custa R$ 1.256.900 - não, não escrevi qualquer dígito a mais.

O papo aqui é mais bruto. O conversível de dois lugares é um monstro de 557 cv provenientes do V8 biturbo. Isso já fica claro com o Loud Start, o dispositivo que emite o ronco desse bicho: basta segurar uma das aletas da mudança de marcha atrás do volante e apertar o botão start que o som grave arranca o sorriso do mais mal-humorado dos seres.

O pedal firme te instiga a acelerar mais e o conta-giros do quadro de instrumentos configurável fica frenético. Saio do box com o carro no modo Sport+ e as mudanças do câmbio de dupla embreagem e sete velocidades ágeis levam o velocímetro a subir com vontade.

Pena que a reta é rara e o que manda na Capuava são as curvas. Nelas, o GT C Roadster mostra uma faceta peculiar. A direção extremamente firme e precisa faz o capô comprido apontar para a direita e para a esquerda como se fosse um subcompacto, tamanha precisão.

Contribui para isso não só o sistema de tração adaptável, que joga até metade da força da traseira para a frente automaticamente, especialmente nas aceleradas mais fortes. Mas especialmente o sistema de esterçamento das rodas de trás.

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Até 100 km/h, elas giram até 2,5 graus no sentido oposto às da frente. Acima desta velocidades, ao virar o volante para uma direção, as rodas traseiras convergem até 0,5 grau para o mesmo sentido.

Na única reta disponível para acelerar, pé fundo, o corpo é deslocado ligeiramente para trás nos bancos anatômicos e o GT C Roadster mostra sua face mais bestial.

Os mais de 70 kgfm de torque são despejados nas rodas. O velocímetro deste roadster com pouco mais de 1.700 kg passa com certa facilidade dos 200 km/h.

Pelos dados oficiais, são 3,7 s para cumprir o 0 a 100 km/h. E máxima de 316 km/h de velocidade final. Mas é preciso reduzir para voltar aos boxes. A alegria durou pouco. Mas foi intensa.